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Dólar: mesmo com novo IOF, comprar dinheiro é mais barato que usar cartão

Zia Mazhar/AP
Imagem: Zia Mazhar/AP

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/05/2016 17h30

A partir desta terça-feira (3), o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na compra de dólar e outras moedas estrangeiras em dinheiro vivo sobe de 0,38% para 1,1%. Mesmo assim, comprar dólar ou euro em papel ainda é mais vantajoso que usar o cartão de débito pré-pago, cheques de viagem (traveler cheque) e, principalmente, cartão de crédito. Essas modalidades têm IOF de 6,38%.

Se o consumidor comprar R$ 1.000 em moeda estrangeira:

  • em dinheiro vivo, o IOF será de R$ 11 (já considerando a nova alíquota);
  • no cartão de débito ou crédito ou no traveler cheque, o IOF é de R$ 63,80.

"Mesmo com IOF mais caro no papel-moeda, o cartão de crédito continua como a pior opção", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Cotação do cartão de crédito é incerta

Ele explica que, no cartão de crédito, a pessoa faz a despesa em dólar num determinado dia, mas só vai descobrir quanto será a cotação do dólar que terá de pagar no momento em que fechar a fatura. "Pode ser que ele dê uma sorte e o dólar caia. Mas e se o dólar subir?"

O professor de Finanças Alexandre Cabral lembra que o banco também pode cobrar uma taxa extra caso o valor da cotação aumente entre o dia da fatura e a data do pagamento.

"Os bancos fazem uma prévia de quanto o dólar deve estar no dia do fechamento, mas, como o dólar muda muito, pode ser que o consumidor tenha de pagar a diferença."

Dinheiro vivo não tem seguro

A desvantagem do papel-moeda é que ele não tem segurança. "Se for roubado, não tem nenhuma garantia", diz Oliveira.

Já as demais opções, como cartão pré-pago e cartão de crédito, têm a opção de serem bloqueados em caso de extravio, furto ou roubo.

Os cheques de viagem normalmente têm seguro em caso de roubo.

Quem precisa de dólar deve comprar aos poucos

Para Oliveira e Cabral, quem vai viajar e precisa de dólar deve ir comprando aos poucos para tentar fazer um preço médio.

Um exemplo: suponha que a pessoa irá precisar de US$ 3.000 para uma viagem que irá acontecer daqui a seis meses. A sugestão é comprar US$ 500 todo mês até a viagem.

"Adote um critério para o dia da compra. Pode ser o dia em que cai o salário. Caiu o salário, vai lá e compra", diz Cabral. "Porque se a pessoa ficar lendo notícia de jornal em busca de dólar barato, vai ficar louca."

Quem vai viajar logo deve comprar de uma vez

Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora, quem vai viajar em menos de um mês deve comprar a moeda de uma só vez.

"Tentar antecipar ou postergar gastos para tentar minimizar perdas ou ter ganhos é coisa que deve ser descartada, dada a forte instabilidade da moeda", diz. "Mas, se for viajar no fim do ano, compre aos poucos."