Esta ação fora do Ibovespa valorizou 176%. É bom negócio?
Fora da lista de ações que compõem o Ibovespa, um papel chamou a atenção por sua valorização no primeiro semestre do ano: a Dommo Energia (DMMO3), que valorizou 176,92% de janeiro a junho, enquanto o índice da Bolsa de Valores de São Paulo ficou em 11,5%.
Hoje, os ativos da empresa estão sendo negociados em alta de 1,36%, cotadas a R$ 1,49 por volta do meio-dia.
Das mais de 90 ações do Ibovespa, 55 registram perdas em 2022. Mas, fora do índice, existem cerca de mais 300 ativos e a Dommo está entre eles.
A empresa é polêmica: ela é a antiga OGX Petróleo e Gás, do empresário Eike Batista. A empresa de petróleo entrou em recuperação judicial em 2013. Quatro anos depois, ao fim do processo, mudou de nome para Dommo.
Ainda com o nome de OGX, a empresa entrou na Bolsa em 2008, com uma captação recorde na época de R$ 6,71 bilhões. Mas a companhia foi pivô de uma série de escândalos: só iniciou a produção de petróleo quatro anos depois da abertura de capital e publicou informações falsas em fatos relevantes. Eike Batista e outros dois executivos da empresa foram condenados por crime contra o mercado de capitais.
Hoje, a Prisma Capital, gestora de investimentos alternativos, tem o controle da Dommo com mais da metade das ações. A Prisma apostou na PetroRio (PRIO3) em 2020, quando a empresa estava próxima de comprar o campo Tubarão Martelo, com um aporte de US$ 130 milhões.
E vale a pena arriscar um investimento?
Desde 2017, quando mudou de nome, a Dommo acumula uma perda de 95% na Bolsa. "É um ativo muito arriscado, a gente nem acompanha porque não são muitas as informações sobre a empresa", diz Marcio Loréga, analista-chefe do PagBank.
Para ele, outras ações do setor petroleiro são mais seguras e rendem bem, como a própria PetroRio (PRIO3) citada anteriormente, que no acumulado do ano valorizou 10,60%.
Segundo informações divulgadas em abril pelo Valor Econômico, a Petro Rio está planejando a compra da Dommo. A Prisma Capital teria contratado o Santander para vender sua participação na empresa.
Para Pedro Galdi, da Mirae Asset, essa é uma ação com "perfil especulativo" e por isso é melhor ficar de fora. "A empresa tem patrimônio líquido negativo, só têm apresentado prejuízo e então não paga dividendos. É difícil fundamentar esse aumento das ações, que estão cotadas na casa de R$ 1. É difícil justificar uma tese de investimento. Por isso ninguém cobre. Fica ao sabor dos especuladores", afirmou ele.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.