Por que a ação do Grupo Mateus já dobrou de preço e pode subir mais 100%
Desde o final de junho, o preço das ações da rede de supermercados e atacarejos Grupo Mateus (GMAT3) vêm subindo. O valor dobrou, de R$ 3,28 em 22 de junho para os atuais R$ 6,67. E pode subir ainda mais, segundo analistas.
Hoje, a alta é de 1,21%. O motivo pode ser a possível negociação de compra das lojas do Big, do Carrefour (CRFB3).
A rede de supermercados francesa precisa se desfazer de parte das lojas Big por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). São 14 lojas à venda, numa operação que pode chegar ficar entre R$ 450 milhões e R$ 600 milhões, segundo noticiou o Valor Econômico.
Entenda a possível venda: Não é a primeira vez que essas lojas trocariam de mão - ou de nome. O Grupo Big é o ex-Walmart - a empresa americana comprou a marca Big em 2005 e vendeu a operação brasileira para o fundo de private equity Advent em 2018. O nome Walmart também foi descontinuado no Brasil e, em março de 2021, o Carrefour comprou o negócio todo, por R$ 7,5 bilhões.
O Cade aprovou essa transação em maio deste ano, mas com a restrição de venda de algumas lojas, o que estaria sendo feito agora.
Segundo o Valor, das 14 lojas, duas já estão praticamente vendidas — uma em Gravataí (RS) para a rede gaúcha Asun Supermercados, e outra em Olinda (PE), para o próprio Grupo Mateus.
A informação é que os outros ativos do Carrefour estão sendo analisados pelo Grupo Mateus em Pernambuco, Alagoas e na Bahia. São antigas unidades do Big Bompreço e do Maxxi Atacado. Os pontos valem entre R$ 35 milhões e R$ 45 milhões, segundo as fontes do Valor.
O Grupo Mateus tem 222 lojas no país, a maioria delas entre Maranhão, Piauí e Pará.
O que mais impulsiona a ação? O grupo, que tem suas lojas concentradas no nordeste, apresentou bons resultados no segundo trimestre de 2022, o que motivou os investidores a apostarem na ação. A empresa conseguiu aumentar em 38,6% o lucro líquido em relação ao resultado do ano anterior, que chegou a R$ 264 milhões.
No médio prazo, esse formato de atacarejo deve ganhar espaço em cima de outros modelos, esperam analistas, como lojas de bairro e supermercados, publicou o banco. O atacarejo, conhecido também como "cash and carry", conforme estudos do Itaú BBA, chegou ao final do ano passado com uma participação de mercado de 45%.
Em 2016, esse percentual era de apenas 26%. E isso não parece estar perto de um teto, visto que supermercados e hipermercados ainda detêm metade da participação de mercado, avaliou o banco. O aumento do subsídio do governo, o Auxílio Brasil, para R$ 600 por mês, pode impulsionar ainda mais a receita dessas empresas
E é um bom investimento comprar ações GMAT3? Para o Itaú BBA, tanto GMAT3 quanto CRFB3 têm classificação neutra: melhor não comprar, nem vender.
"O mercado já esperava que o Carrefour vendesse as 14 lojas do Grupo BIG. A reviravolta surpreendente é que o Grupo Mateus seria um dos compradores", publicou o banco em documento para acionistas. Isso porque a estratégia do Grupo Mateus, até agora, tem sido a de construir novas unidades e não a de comprar.
Para o banco, o Grupo Mateus tem um endividamento baixo e a aquisição não afetaria o caixa da empresa, além de acelerar na expansão.
O BBA estima que o papel vai valorizar até R$ 14,50 até o fim do ano, uma alta de 117% - o que é ótimo. Mas essa alta pode durar pouco: durante 2023, o ativo deve desvalorizar chegando a R$ 10,30, estima o banco.
Já Carrefour (CRFB3) é uma ação que vem operando no azul ao longo do ano. Desde o início de 2022, já subiu 46,58%, para R$ 20,99. O que vem beneficiando o ativo é a procura por preços menores por parte dos consumidores que buscam o atacarejo (o Carrefour é dono do Atacadão) para se defender da inflação. Até o fim do ano, a ação deve chegar a R$ 22,60 segundo o BBA. Até o fim de 2023, ela pode cair até R$ 17,70.
O Safra também tem recomendação neutra para o Carrefour. Mas para o Grupo Mateus, a aposta é em compra, com o preço alvo em revisão. Para o banco, o grupo vem sendo beneficiado pelo Auxílio Brasil.
A XP também recomenda compra, com preço alvo para o fim de 2022 de R$ 9 por ação. "A companhia está bem posicionada para consolidar os mercados do Norte e Nordeste, dada sua estratégia de expansão bem-sucedida, formatos de lojas complementares e sólida rede logística. Além disso, o Grupo Mateus deve mais que dobrar suas lojas até 2025 e, levando a um crescimento médio anual de receita de 2 dígitos", publicou a corretora em documento para acionistas.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.