Saiba como funcionam as carteiras administradas de investimentos
Ter uma carteira administrada de investimentos é como ter um "personal trainer" financeiro. Esse tipo de serviço personalizado vem sendo cada vez mais procurado por investidores pessoa física nos últimos anos e é bem diferente de ter um gerente de banco que cuida de suas aplicações. Em algumas empresas, a procura chegou a aumentar 90% em 2023.
Como funciona?
É um serviço oferecido por corretoras. Todas precisam ter registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para poder administrar carteiras de investimentos.
Toda a escolha das aplicações é feita pela empresa. "O cliente só tem o trabalho de ser entrevistado ou responder um questionário que define seu perfil", conta Rodrigo Fontana, gestor de portfólio da Guide Investimentos.
Em algumas empresas, são feitas várias entrevistas. "O objetivo é saber quanto o cliente é ansioso por resultados, quanto ele suporta de quedas e qual será a necessidade de resgate dele: vai ser um dinheiro que ele vai poder deixar investido por anos ou será usado para emergência.
Com essas informações, a corretora decide em que investimentos aplicar. Pode ser uma parte em ações (a corretora escolhe quais), uma parte em renda fixa, outra em títulos privados ou públicos. "Os especialistas da empresa decidem esses investimentos conforme a análise do mercado e o perfil do cliente", explica Frederico Nobre, líder da área de análise da Warren.
Quais são as vantagens?
O principal benefício é não precisar se preocupar. Se parte do investimento é em ações — das empresas X, Y e Z, por exemplo — o investidor não precisa acompanhar balanços, análises, nada disso.
Quem faz tudo isso é a corretora. "O mercado financeiro, as pessoas sabem, é bem complexo", explica Dazzi. O cliente recebe mensalmente extratos explicando onde tudo foi investido e quanto rendeu.
As carteiras administradas são muito usadas por empresas. Mas o interesse por pessoas físicas vem aumentando recentemente. Na Finacap, que tem sede no Recife, a demanda cresceu 90% no ano passado. Na Guide, é um serviço que vem crescendo de 20% a 25% ao ano desde o fim da pandemia.
Que tipo de pessoa busca esse serviço?
De cada dez pessoas, sete são investidores que faziam esse serviço com o gerente do banco. É o que diz Dazzi, da Principal Claritas. "Os outros três, são investidores que entraram sem preparo no mercado financeiro e se deram mal", conta ele.
O que difere a carteira administrada de um investidor autônomo?
As empresas dizem que não existe conflito de interesses. Muitas vezes, gerentes de banco ou agentes autônomos de investimentos ganham comissão em cima dos produtos que oferecem aos clientes. Com as carteiras administradas, isso não existe.
Independentemente do investimento feito, a remuneração da empresa é um percentual anual do que o cliente ganhou
Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos
Essa taxa varia de empresa para empresa e depende do volume investido. Na Warren, por exemplo, ela vai de 0,7% a 0,8% dos ganhos, dependendo do valor investido. Na Guide, o percentual é de 0,5%.
Quanto pode ser investido?
A maioria das corretoras tem um limite mínimo. Na Warren, ele é de R$ 100. Na Guide, de R$ 500 mil. Na Finacap, de R$ 1 milhão e na Principal Claritas, de R$ 5 milhões.
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