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Minerva (BEEF3): BTG rebaixa recomendação citando risco de alavancagem; papéis caem no Ibovespa

O BTG Pactual rebaixou a recomendação para as ações da Minerva (BEEF3) de compra para neutra em relatório divulgado nesta segunda-feira (06). Nesta manhã, os papéis da Minerva caem cerca de 3,53%, cotados a R$ 6,02.

"Realmente acreditamos que a ação pode ir para ambos os lados (alta ou queda), e, quando isso acontecer, os investidores devem esperar uma volatilidade de preço das ações muito intensa", alerta o BTG, que estabelece preço-alvo de R$ 8.

Para o BTG, as chances de sucesso da Minerva (BEEF3) são maiores do que o insucesso. Se este for o caso, o preço das ações provavelmente disparará. "Mas a convicção precisa ser muito maior, dada a considerável incerteza. Além disso, estamos atualizando nossas estimativas para refletir a incorporação de ativos apenas a partir do 4T24, bem como os custos de juros correspondentes", pontua o banco.

De acordo com os analistas, a compra pela Minerva de 16 plantas de carne bovina da Marfrig (MRFG3) por R$7,5 bilhões não parecia ser um ótimo negócio desde o início, devido ao alto preço e ao risco de execução. No entanto, havia um valor estratégico convincente para a Minerva se tornar uma verdadeira líder global em comércio de carne bovina. 

"Com o passar do tempo, a aprovação do negócio foi adiada, e soubemos que o preço seria ainda mais alto devido aos juros a partir de março/24. Reações iniciais dos órgãos antitruste no Brasil e no Uruguai sugerem que a aprovação pode vir com remédios que poderiam tornar o negócio economicamente menos atraente", dizem os analistas do BTG. 

Dessa forma, o banco vê a alavancagem da Minerva atingir um nível menos confortável de 3,6x Ebitda em comparação com os 2,5x esperados antes do anúncio do negócio.

"No final das contas, a Minerva se transformou em uma clara história de desalavancagem em uma alavancada, justamente quando alguns ventos favoráveis nos custos (nomeadamente o ciclo favorável de gado) estão prestes a começar a se reverter em algum momento no final de 2024/início de 2025", conclui o BTG. 

Minerva: lucro cai 25,7% no 4T23, para R$ 19,8 milhõe

A Minerva encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 19,8 milhões, o que representa um recuo de 25,7% ante o apurado no mesmo intervalo de 2022.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou R$ 605,9 milhões, com ligeira queda de 0,3% ante o apurado um ano antes. No fechado de 2023, o Ebitda da Minervatotalizou R$ 2,562 bilhões, montante 9,7% menor que o registrado em 2022.

A receita líquida da Minerva caiu 9,8% nos últimos três meses do ano passado quando comparado ao mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 6,166 bilhões. No ano de 2023, a receita líquida totalizou R$ 26,891 bilhões, um recuo de 13,2% ante 2022.

O resultado financeiro líquido do quarto trimestre da companhia foi negativo em R$ 462,1 milhões no quarto trimestre ante resultado negativo de R$ 562,4 milhões apurado um ano antes.

Em seu release de resultados, a empresa destaca que 65% da receita bruta consolidada veio das exportações, demonstrando que o mercado internacional de carne bovina segue sólido e aquecido.

"O desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado global de proteína bovina, segue proporcionando novos acessos a importantes mercados, como por exemplo, a habilitação do Paraguai para os Estados Unidos, a recente abertura de China para Colômbia e as novas plantas autorizadas no Brasil para acessar o mercado chinês, agora no início de 2024?, ressalta.

O mercado doméstico, por sua vez, passa por um momento de recuperação, em particular no Brasil, favorecido pelo ciclo pecuário positivo aliado ao cenário econômico favorável, fatores que naturalmente, acabam por incentivar o consumo local.

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Itaú BBA tem recomendação de compra

Em relatório, analistas do Itaú BBA avaliaram que os números operacionais da Minerva vieram fracos no Brasil, mas impulsionados pela dinâmica internacional.

De acordo com a casa, embora os investidores pareçam focados no resultado das fusões e aquisições com a Marfrig (MRFG3), enfatiza que compreender a demanda chinesa e o ciclo do gado na América do Sul será igualmente importante para definir as expectativas para o nível de rentabilidade recorrente da Minerva no exercício de 2024.

Olhando para o futuro, o Itaú BBA acredita que as expectativas dos investidores em relação à Minerva dependem do timing e da contribuição das novas plantas de abate, que provavelmente não ficarão claras até o segundo semestre de 2024.

Além disso, ventos favoráveis mais fortes em sua operação atual, dependendo do aumento da demanda chinesa por carne bovina e da continuidade do ciclo favorável da pecuária no Brasil, também permanecem no radar, informou o banco.

"Apesar do desempenho inferior das ações desde o início do negócio, é difícil determinar a avaliação da Minerva, pois é altamente dependente de fatores binários para os quais não temos visibilidade suficiente neste momento. Em suma, ainda vemos a Minerva como uma história de execução que carece de gatilhos de curto prazo mais fortes".

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O Itaú BBA tem recomendação 'outperform' (equivalente a 'compra') para as ações da Minerva, com preço-alvo a R$ 11,00.

Desempenho anual das ações da Minerva

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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