Brasil em crise vê México resistir às turbulências e crescer
(Bloomberg) -- A separação entre México e Brasil - as maiores economias da América Latina - está se tornando um abismo.
Em nenhum outro lugar ela é mais evidente do que no mercado de swaps de crédito. Assegurar bonds (títulos de dívida) brasileiros contra falta de pagamento custa 2,9 pontos percentuais a mais, com base na negociação de contratos de cinco anos.
O valor é quase cinco vezes o prêmio médio dos últimos cinco anos e uma reversão na comparação com 2011, quando era mais barato assegurar as notas brasileiras.
Ao contrário de seu rival assolado pela crise, o México está resistindo à turbulência que vem sacudindo os países em desenvolvimento. O crescimento econômico do país está melhorando e a taxa de inflação ronda o patamar mais baixo em cinco décadas, na esteira de mudanças históricas nas políticas de energia e de telecomunicações.
Ao mesmo tempo, as coisas só vêm piorando para o Brasil. O presidente da Câmara acatou pedido para abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na semana passada, ameaçando aprofundar uma recessão que já caminha para se tornar a mais longa desde a Grande Depressão.
"Em comparação com o Brasil, estamos dez anos à frente", disse Marco Oviedo, economista do Barclays na Cidade do México.
O real perdeu mais da metade de seu valor desde o fim de 2011 e o valor de mercado das empresas brasileiras despencou de US$ 1,2 trilhão para US$ 514 bilhões. As ações mexicanas agora valem US$ 370 bilhões, 11% menos em termos de dólares desde 2011. O peso mexicano caiu 16% no mesmo período.
O Brasil supera o México em termos de reservas internacionais. As reservas mexicanas, à exceção do ouro, caíram de US$ 196 bilhões em janeiro para US$ 172 bilhões no fim do mês passado.
As reservas brasileiras permaneceram relativamente estáveis, entre US$ 370 bilhões e US$ 380 bilhões, durante a maior parte dos últimos quatro anos, caindo para US$ 369 bilhões no mês passado pela primeira vez desde janeiro de 2012.
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