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Líder da patronal confia que Japão crescerá mais que o previsto em 2015

02/01/2015 00h26

Tóquio, 2 jan (EFE).- O presidente da patronal do Japão, Sadayuki, Sakakibara, mostrou confiança economia do país nesta sexta-feira ao afirmar que haverá crescimento maior do que o previsto em 2015, reiterando também a intenção empresarial de promover novas altas salariais superiores a 2%.

"Muitos 'think tank' do setor privado coincidem nos cálculos de que o crescimento desse ano estará na faixa de 1%, mas acho que a economia japonesa terá melhor desempenho", disse Sakakibara em entrevista ao jornal "Nikkei".

No último relatório de conjuntura semestral divulgado pelo Banco do Japão, a entidade afirmou que a expansão da economia em 2015 deve ficar em torno de 1,5%.

O líder da patronal justificou sua previsão otimista por causa do forte rendimento corporativo atual, impulsionado pela contínua queda do iene frente ao dólar. Ele também avaliou que o adiamento na aplicação da alta do imposto sobre o consumo dará, por sua vez, um novo fôlego à economia.

Em novembro, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, decidiu aplicar só em 2017 uma alta do IVA de 8% para 10% prevista para outubro de 2015. Em abril, a taxa passou de 5% para os atuais 8%, mas gerou efeitos negativos para o consumo, principal motor da terceira economia mundial.

Sakakibara quer que em 2015 o Japão deixe para trás a deflação e siga rumo à recuperação econômica. Para isso, ele garantiu que os empresários farão o possível para subir os salários nas negociações que devem ocorrer durante a primavera no país.

"Solicitaremos que as empresas aumentem a base salarial. Os salários subiram mais de 2% pela primeira vez em 15 anos em 2014. Esperamos números similares neste ano", afirmou o dirigente da Keindanren.

Sakakibara também defendeu uma posição da patronal de elevar a produção de energia nuclear no Japão. A entidade defende 25% da eletricidade gerada no país em 2030 tenha origem neste tipo de operação.

Atualmente todos os reatores japoneses estão fora de funcionamento por causa do acidente na usina de Fukushima em 2011. No entanto, centrais solicitaram a reativação dos equipamentos neste ano e dois deles devem voltar a operar.