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Opções da Petrobras dão lucro de R$ 3,6 mil em 6 dias para quem investiu R$ 1 mil

06/10/2015 11h24

SÃO PAULO - Quem soube aproveitar a reversão das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) pode ter se dado muito bem nesses últimos seis pregões, principalmente para aquele investidor que entrou no mercado de opções, com alguns contratos chegando a subir mais de 350%, contra alta de  25% das ações preferenciais. 

Um dos contratos que mais subiam no período foi o PETRJ22 - lê-se, opção de Petrobras com vencimento em outubro (J) -, com "strike" em R$ 7,50 ("dentro do dinheiro", dado que a ação preferencial da petrolífera é cotada neste momento a R$ 8,10), que dispara 359% nos últimos seis pregões, segundo cotação desta terça-feira das 11h19 (horário de Brasília). 

Isto significa que se um investidor aplicou R$ 1.000,00 nesses contratos no pregão da última segunda-feira (28), pelo preço da cotação de fechamento a R$ 0,17, e vendeu na cotação deste momento (a R$ 0,78), obteve um lucro de praticamente R$ 3.590 nesses cinco pregões, sem considerar os custos da operação. Por outro lado, quem fez a mesma operação com as ações preferenciais da estatal (compra pelo preço de fechamento da última segunda-feira e venda na máxima de hoje), obteve um lucro de R$ 254, sem considerar os custos com a operação. 

Levando em consideração contratos com liquidez na Bovespa, outras opções também chamara atenção no período:  PETRJ23, PETRJ8 e PETRJ82 - cujos vencimentos são em R$ 8,50, R$ 8,00 e R$ 8,20, respectivamente - dispararam 211%, 320% e 295%, nesta ordem, segundo cotação das 11h19 (horário de Brasília).  

Mas você teria estômago? 
O mercado de opções pode dar lucros extraordinários em pouco tempo, como mencionado acima,  mas é extremamente arriscado, dado que se a operação caminhar em outra direção o investidor perder todo o capital investido. Até por isso é recomendado, no caso de um investidor que vá operar à seco opção, iniciar com um capital reduzido. 

No caso de Petrobras, as ações vinham de uma longa derrocada na Bolsa, caíram 56% do início de maio até a última segunda-feira (28), quando renovaram a mínima de agosto de 2004. Ou seja, quem entrou nessa operação, esperava por uma forte reversão do papel, caso contrário, seu dinheiro rumaria ao "pó". 

Caso  que vem ocorrendo, por exemplo, com quem comprou " put " da Petrobras para outubro. Como as ações dispararam nos últimos dias, as opções de venda da Petrobras (instrumento usado por quem espera a queda das ações) caminham rumo aos R$ 0,01.  

Como os preços das opções são influenciados pela volatilidade de suas ações de origem e o tempo, isto é, quanto mais aproximam do vencimento, mais o valor do "strike" (vencimento) precisa condizer com o valor atualizado da ação de origem para que aquele contrato tenha valor, as opções de venda da estatal (contratos comprados por quem acredita na queda do papel) tendem a perder seu valor, caminhando ao "pó". Ou seja, se o vencimento da opção fosse hoje, esses contratos não teriam valor dado que o investidor não poderia exercer esse contrato. No entanto, vale lembrar que o próximo vencimento na BM&FBovespa ocorre dia 19 de outubro, tendo ainda tem muita água para rolar.

Para efeitos ilustrativos, os contratos de venda PETRV55, com preço de exercício em R$ 5,50, são cotados hoje a R$ 0,01. Nos últimos cinco pregões, eles caíram 91,65%. Vale lembrar que embora distante da cotação atual da Petrobras desta sessão, o preço de exercício desses contratos estava 15% abaixo da cotação da Petrobras do dia 28 de setembro, quando fechou a R$ 6,44.

Movimento similar é visto em outros contratos de venda de Petrobras, como PETRV21 e PETRV50 - com preços de vencimentos em R$ 6,50 e R$ 5,00, respectivamente. No período, essas opções caíram 90,7% e 83,2%, nesta ordem, sendo cotadas hoje a R$ 0,04 e R$ 0,01.