Crescimento dos EUA no 1º tri acelera, mas fica abaixo do esperado
O crescimento econômico dos Estados Unidos retomou a força no primeiro trimestre, embora não tanto quanto esperado.
A economia norte-americana cresceu 2,5% nos três primeiros meses de 2013 em uma taxa anual, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Comércio.
O resultado veio melhor do que no quarto trimestre de 2012, quando a economia ficou quase estagnada, com crescimento de 0,4%. Por outro lado, ficou abaixo das expectativas de economistas, que esperavam uma alta de 3%.
Isso pode aumentar os temores de que a já enfraquecida economia pode ter dificuldades para lidar com os cortes de gastos do governos e os impostos mais altos.
"Não foi o início forte de ano que esperávamos, e os sinais de março sugerem que só vamos desacelerar a partir daqui até o trimestre da primavera (no hemisfério norte)", disse o economista-chefe do CIBC World Markets Economics, Avery Shenfeld.
BC dos EUA pode manter estímulo econômico
Parte da aceleração na atividade refletiu o abastecimento dos silos pelos produtores agrícolas, depois que uma seca no último verão dizimou as safras. Excluindo os estoques, a taxa de crescimento foi de 1,5%.
Embora o gasto do consumidor tenha aumentado de forma sólida, ele aconteceu aos custos da poupança, o que não é bom para o crescimento futuro.
O relatório do PIB também pode dar munição para o Federal Reserve, banco central do país, manter seu estímulo monetário. A expectativa é de que o Fed, que se reúne na próxima semana, mantenha a compra de títulos a um ritmo de US$ 85 bilhões por mês.
"Eles vão reduzir a avaliação econômica. O segundo trimestre está mais perto de 1%”, disse o economista-sênior do RBC Capital Markets Jacob Oubina.
Dados que vão do emprego a vendas no varejo e indústria enfraqueceram substancialmente em março, após ganhos robustos nos dois primeiros meses do ano. Há indicadores de que a fraqueza persistiu em abril.
Consumidor tirou da poupança para consumir
O relatório do PIB mostrou contribuições ao crescimento vindas de todas as áreas da economia, com a exceção do governo, comércio e investimento das empresas em escritórios e outros estabelecimentos comerciais.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram a uma taxa de 3,2% --a mais rápida desde o quarto trimestre de 2010. Os gastos cresceram a uma taxa de 1,8% no quarto trimestre do ano passado.
Entretanto, as famílias reduziram a poupança para financiar suas compras, depois que a renda caiu a uma taxa de 5,3% no primeiro trimestre. A queda na renda foi a maior desde o terceiro trimestre de 2009.
A taxa de poupança --percentagem que renda disponível que as famílias estão guardando-- caiu para 2,6%, a menor desde o quarto trimestre de 2007, ante 4,7% no quarto trimestre de 2012.
A maior parte dos ganhos nos gastos do primeiro trimestre veio de compras de automóveis e despesas com serviços públicos, impulsionadas pelas temperaturas frias incomuns. Os consumidores conseguiram elevar seus gastos apesar do retorno de um imposto de 2% sobre as folhas de pagamentos e preços mais altos de gasolina.
Os gastos empresariais em equipamentos e software desaceleraram com força, crescendo a uma taxa de apenas 3% após um forte ritmo de 11,8% no quarto trimestre.
(Com Reuters)
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