Inquérito policial que investiga Telexfree será reaberto no Acre
A Telexfree (Ympactus Comercial Ltda) sofreu uma nova derrota na Justiça. A liminar que suspendia as investigações policiais sobre a empresa foi derrubada, e o inquérito policial será reaberto na Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) da Polícia Civil.
LEIA MAIS:
- Entenda a investigação sobre a Telexfree e a suspeita de pirâmide financeira
- Investidores da Telexfree não precisam entrar com ações individuais, diz MP
- Justiça do MT obriga Telexfree a devolver R$ 101,5 mil a consumidor
- Telexfree afirma ter R$ 660 milhões para voltar a funcionar
- Promotora do caso de suposta pirâmide Telexfree diz ter sido ameaçada
- Ator de 'Tropa de Elite' abandona Telexfree após bloqueio de dados
- Caso Telexfree: marketing multinível não é pirâmide financeira, diz especialista
A Telexfree, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida de operar em junho. A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira.
Agora, o processo deixa de correr na esfera civil e passa a ser policial. Isso significa que a polícia voltará a investigar indícios da prática de crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e estelionato, cometidos pela empresa ou por seus divulgadores. O processo continua tramitando em segredo de justiça.
Com a nova decisão, alguns divulgadores poderão ser convocados para prestar informações.
Na quinta-feira (1º), a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre negou o habeas corpus que pedia o trancamento do inquérito policial instaurado a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC). A decisão da liminar tinha sido emitida pelo desembargador Francisco Djalma, no início de julho.
Na sessão desta quinta, o desembargador Francisco Djalma, relator da liminar, reafirmou seu voto pela suspensão das investigações policiais, mas os desembargadores Eva Evangelista e Samoel Evangelista entenderam que o inquérito policial deve ser retomado. A atuação da Telexfree em todo o país foi suspensa por decisão da justiça acreana no dia 18 de junho, pela juíza Thais Borges. A Telexfree é suspeita de atuar em um esquema de pirâmide financeira, ilegal no Brasil.
Entenda o caso
A Telexfree é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
A empresa foi proibida de realizar novos cadastros de clientes (chamados de "divulgadores"), bem como está impedida de efetuar pagamentos aos clientes já cadastrados, até o julgamento final do caso, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A ação contra a Telexfree faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga indícios de pirâmides financeiras pelo país. Outro caso sendo investigado no momento é o da empresa BBom, que fornece rastreadores de veículos.
Telexfree diz trabalhar com marketing multinível
Em nota, a Telexfree nega qualquer irregularidade em suas operações.
"De forma violenta, e sem ter tido a oportunidade de se defender previamente, a empresa líder em marketing multinível se viu judicialmente impedida não só de efetuar os pagamentos de comissões para seus divulgadores, bem como de continuar operando", diz a nota.
Segundo a Telexfree, um laudo comprova a sua capacidade financeira: "A empresa é economicamente viável, tendo juntado em sua defesa um parecer de viabilidade econômica firmado por três renomados especialistas, mestres, doutores e professores de uma das mais prestigiadas faculdades de economia do país".
Seja o primeiro a comentar
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.