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Três entidades apontam alta no calote, mas estimativas variam até 320%

Do UOL, em São Paulo

12/08/2014 09h51Atualizada em 12/08/2014 15h49

O número de calotes de consumidores no Brasil subiu em julho, tanto na comparação com junho quanto em relação a julho do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (12) pela Serasa Experian, pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

As entidades, porém, apresentaram estimativas diferentes, que chegam a variar até 320%. Foram consideradas as dívidas em atraso por mais de 90 dias.

Segundo o SPC Brasil, a inadimplência em julho aumentou 0,42% em relação a junho, e 4,43% em relação a julho de 2013. 

Para a Boa Vista SCPC, o aumento no número de inadimplentes foi de 5,3% em relação a junho, e de 2,6% em relação a julho do ano passado. 

Para a Serasa, a alta da inadimplência foi mais expressiva: 4% em relação a junho, e 11% em relação a julho do ano passado.

A diferença entre a estimativa da Boa Vista (2,6%) e da Serasa (11%) chega a 320%.

Números podem variar de acordo com entidade

Dados sobre dívidas em atraso são coletados e divulgados por três empresas diferentes, em âmbito nacional: a Boa Vista, o SPC e a Serasa. Os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.

A discrepância nos resultados pode ocorrer porque os números se referem apenas às lojas atendidas por cada uma das empresas. Seus números são válidos apenas para seus clientes, e não podem ser generalizados para todo o país.

As lojas podem contratar os serviços de qualquer uma das três ou de nenhuma delas.

Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa (como número total de clientes atendidos, distribuição geográfica e composição estatística), por considerar este dado uma informação estratégica da empresa.

Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da Faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas. "Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.