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JBS fecha frigorífico em Presidente Epitácio (SP) e demite 500 funcionários

Bruno Bocchini

Da Agência Brasil

20/07/2016 13h09

A JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, fechou o frigorífico de Presidente Epitácio (SP) e demitiu 500 funcionários. No total, a JBS tinha 795 empregados na fábrica, onde era realizado o processo de desossa de carne. Quem não foi demitido será transferido para outras unidades da empresa.

Em nota, a companhia disse que "realizou todos os esforços possíveis para manter o funcionamento da planta, adiando o fechamento por um mês, enquanto aguardava a definição de um posicionamento do governo do estado de São Paulo sobre as novas regras tributárias, mas não obteve retorno até o momento".

A decisão do governo do estado de publicar o Decreto 61.907, de 2016, que alterou regras tributárias para produtores de carne, "inviabilizou a manutenção das atividades no local", segundo a empresa. 

Guerra fiscal

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo disse que está dialogando com os produtores de carne e que o setor já conta com um regime especial de tributação que visa a diminuir os efeitos da guerra fiscal entre os estados e dar condições para viabilizar a operação das empresas.

"O governo paulista tem buscado criar essas condições. Porém, as questões tributárias não são os únicos requisitos para viabilizar a operação, especialmente no que diz respeito à unidade de Presidente Epitácio", disse a secretaria.

Impacto na cidade

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Presidente Prudente e Região, Roberto Moreira, a JBS já agendou a homologação de demissão dos 500 funcionários para os próximos dias 27 e 28. Segundo ele, o fechamento da unidade terá grande impacto na vida econômica da cidade.

"Avalio que a cidade vai dar uma quebrada. É uma cidade turística, mas que tem como sua principal renda essa empresa. O comércio vai começar a sentir. É um impacto não só para a cidade, mas para a região. Pessoas de outras cidades trabalhavam lá", afirmou Moreira.

De acordo com o sindicato, a empresa gerava cerca de 2.400 empregos indiretos. "É uma briga entre empresa e governo e quem acabou pagando o pato foram os trabalhadores", disse.

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