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Bolsonaro diz que, com isolamento vertical, auxílio poderia ser para idosos

Presidente voltou a criticar medidas restritivas e disse que "jamais fecharia o comércio" no combate à pandemia - Isac Nóbrega /  PR
Presidente voltou a criticar medidas restritivas e disse que 'jamais fecharia o comércio' no combate à pandemia Imagem: Isac Nóbrega / PR

Colaboração para o UOL

30/04/2021 22h16Atualizada em 03/05/2021 19h18

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar medidas de distanciamento social mais restritivas, como as adotadas por vários prefeitos e governadores, e repetiu que "jamais fecharia o comércio" ou "destruiria empregos". Em almoço com executivas e empresárias em São Paulo, ele defendeu o isolamento vertical como política de enfrentamento à pandemia de covid-19.

"No primeiro momento, nos preparar para enfrentar a pandemia era o isolamento vertical. Poderíamos até ter dado um valor maior do auxílio emergencial para acima de 65 anos, o pessoal com comorbidades e aqueles que tivessem outros problemas. Sairia muito mais barato para nós e a economia não teria prejuízo, como teve", discursou Bolsonaro, em um vídeo gravado durante o encontro e exibido pela CNN Brasil na noite de hoje.

No isolamento vertical, apenas pessoas dos chamados grupos de risco ficariam em casa. Muitos especialistas, no entanto, entendem que esse estilo de restrição não funcionaria. Um dos principais motivos é a falta de testes para identificar os doentes e suas redes de contatos, o outro é a desigualdade social que dificulta o controle dentro das casas brasileiras - muitas vezes habitadas por várias pessoas. Além disso, recentemente observou-se o aumento de casos graves entre jovens assim como o surgimento de novas variantes mais contagiosas.

O presidente disse, também, que jamais colocaria o Exército nas ruas "para deixar o povo dentro de casa".

Fim das restrições de circulação

Durante o encontro em SP, Bolsonaro também pediu o fim de restrições de circulação porque, caso contrário, o governo federal não terá como oferecer novo auxílio financeiro às famílias. Para o presidente, a população deve cobrar dos governadores o uso de recursos repassados pelo Planalto, assim como exigir iniciativas para fazer a economia girar e reduzir o desemprego.

Ao comentar as decisões tomadas por estados e municípios, Bolsonaro voltou a alegar que o governo dele foi "atropelado" pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por conta da decisão que deu autonomia para decidirem sobre medidas de controle da pandemia.

"A nossa é de enviar o dinheiro para lá e nós fizemos muito bem a nossa parte. Nós não orientamos prefeitos e governadores o que fazer com o dinheiro. Acho que para não roubar não precisava de orientação", disse. Por isso, afirmou não temer a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, que corre no Senado.

*Com Estadão Conteúdo