Selic: Gleisi critica juros e pede saída de 'diretoria bolsonarista' do BC
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se juntou a demais políticos e entidades em criticar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%.
O que aconteceu:
Gleisi pediu intervenção do Senado para "cobrar Campos Neto e a diretoria bolsonarista do Banco Central".
"Está na hora do Senado agir, com os poderes que a lei confere, para cobrar Campos Neto e a diretoria bolsonarista do Banco Central. Sabotam a economia e atuam propositalmente contra o país. Não há mais como tolerar esta situação. O certo é a saída desse pessoal", escreveu a parlamentar no Twitter.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) emitiu uma nota semelhante, ressaltando que Roberto Campos Neto, presidente do BC, seria "inapto": "A lei de autonomia do BC, definida pela Lei Complementar nº 179/2021, prevê que o presidente do Banco Central pode ser substituído se for considerado inapto para cumprir com os objetivos do BC ou se renunciar".
A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) citou que a manutenção da taxa "contribui para o aumento da inadimplência das empresas" e resulta em "um crescimento preocupante nos casos de empresas em recuperação judicial".
Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal, chamou a manifestação do Copom de "agiotagem" e "cara de pau": "Essa é mais uma decisão absurda que defende o interesse dos banqueiros, ao mesmo tempo em que prejudica milhões de brasileiros ao retardar a retomada econômica no país".
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a decisão do Banco Central é "inaceitável" e "uma verdadeira sabotagem ao país, um desserviço".
Entidades pressionam por corte
Entidades do setor produtivo se juntaram ao governo Lula (PT) na pressão pela redução dos juros. Em nota, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) disse que "este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia".
Hoje, 51 membros do Conselhão publicaram uma carta aberta a favor da redução das taxas: "É urgente uma política monetária adequada". Entre os signatários, estão o presidente da Fiesp, Josué Gomes, a empresária Luiza Trajano e o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sergio Nobre.
Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fazem críticas à manutenção da taxa desde que assumiram os cargos no início do ano. Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a chamar os juros de "genocidas" no mês passado.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que as críticas de Lula demonstram "falta de conhecimento" sobre a autonomia da instituição. "Algumas declarações vão no sentido de não entender a regra do jogo", falou à Folha de S. Paulo, em maio.
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