Black Friday não é um dia: cliente pode economizar com promoção antecipada

Cupons de desconto, cashback e promoções do estilo "leve três, pague dois" também entram em cena. O consumidor deve fazer as contas para avaliar se está economizando ao optar por este tipo de desconto, comparando o preço tradicional com o ofertado naquele momento.

Estratégias fazem as vendas se diluírem ao longo do mês e tiram pico de vendas da sexta-feira e do final de semana. Maurício Cascão, CEO da Mosaico, dona dos buscadores de preços Buscapé e Zoom, afirma que ainda existe grandes vendas no dia da Black Friday, mas que ele fica menos isolado em comparação aos outros dias do mês.

Parte do varejo começa a usar novembro como 'mês de Black Friday', lançando campanhas específicas em dias da semana, com produtos específicos. O objetivo é zerar ou minimizar os estoques até o Natal.
Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores

É uma tendência que já vemos há alguns anos: a Black Friday deixou de ser um evento de dois dias. Na verdade, desde a segunda quinzena de outubro, [as empresas] já estão falando de pré-Black Friday. A expectativa é de que em novembro a gente entre no Black November, promocionando de forma diferente para esquentar o mercado. Eu arrisco a dizer que na Black vão ter ofertas tão boas quanto [o restante do mês], não necessariamente melhores.
Maurício Cascão, CEO da Mosaico

Promoções cada vez mais antecipadas

A concorrência faz com que o varejo comece antes as promoções de Black Friday. Nos últimos dias de outubro começaram a aparecer descontos relacionados à data, principalmente nos dias 30 e 31 de outubro. "No Brasil, fica uma guerra de quem faz o desconto antes do outro. Daqui a pouco estamos fazendo Black desde o Carnaval", afirma Tozzi.

Os setores de vestuário e bebidas costumam ter menos promoções ao longo do mês. Os descontos mais expressivos tendem a ser dados mais próximos do dia 24 de novembro, diz Tozzi.

As promoções antecipadas ficaram mais fortes com a pandemia. Cascão afirma que, com as lojas físicas fechadas, o varejo foi obrigado a focar no online e isso ajudou a aumentar o período de vendas de Black Friday.

Tecnologia como aliada

Tecnologia deve ser aliada do varejo para vender mais. Tozzi diz que o varejo deve aproveitar a jornada do consumidor dentro dos sites para fazer mais vendas. Por exemplo, se o cliente quer comprar um fogão, coloca no carrinho de compra, mas desiste, a tendência é que as empresas comecem a mandar mais promoções e cupons de desconto relacionados àquele produto para conseguir concretizar a venda.

A maior parte dos consumidores não faz a compra na primeira pesquisa. Por isso, a empresa que for mais rápida na hora de oferecer melhores condições de venda pode ganhar o cliente.

90% dos consumidores não compram na primeira pesquisa. Pesquisam, em média, quatro vezes para tomar coragem de comprar. Se você pesquisa quatro vezes para fazer a compra, [a empresa] que for mais rápida, e tiver a melhor inteligência, tem maiores chances de converter a venda.
Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores

Como comprar bem na Black Friday

Pesquisa de preço é essencial para fazer boas compras na Black Friday. Tozzi indica que o consumidor já monitore os valores dos itens que deseja comprar.

Internet pode ajudar a monitorar os preços passados dos produtos. Cascão diz que consumidores conseguem acessar o Zoom, por exemplo, para ver o histórico de preços do produto. Isso facilita na hora de saber se aquele item está com um preço de fato promocional ou não.

Consumidor deve escolher bem as marcas que vai comprar. Tozzi afirma que clientes devem fazer as compras em lojas de confiança, para evitar que comprem produtos de má qualidade e que haja uma garantia de atendimento por parte da loja caso haja qualquer tipo de problema com a compra. O Reclame Aqui pode ser um bom aliado na hora de avaliar a reputação de uma empresa.