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Não há necessidade de Petrobras revisar plano de investimento, diz ministro

21/01/2015 17h43

Por Leonardo Goy e Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - A Petrobras não precisa, em princípio, revisar seu bilionário plano de investimentos e sua estratégia, disse nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em entrevista à agencia de notícias Reuters.

"Não necessariamente, só se acontecerem outros fatores", respondeu o ministro, ao ser indagado se a estatal precisaria rever seu plano de investimentos, diante do endividamento elevado e em meio às investigações da operação Lava Jato, que apura desvios de recursos dos contratos da estatal.

Atualmente, muitos analistas apostam numa redução dos investimentos da Petrobras diante das denúncias de corrupção envolvendo a empresa, aliada à queda do preço do petróleo.

O atual plano de negócios da empresa prevê investimentos totais de US$ 220,6 bilhões  entre 2014 e 2018.

Em dezembro, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, admitiu que incertezas relacionadas a alguns dos principais agentes da indústria, envolvidos nas denúncias, poderiam trazer consequências.

Ele afirmou na época que uma redução eventual dos investimentos não traria impacto significativo imediato.

Na mesma ocasião, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que os investimentos em 2015 podem ser menores do que os de 2014.

Blindagem

O ministro de Minas e Energia disse que um efeito positivo das investigações da operação Lava Jato será o de que a empresa passará a ficar "blindada" contra interferências políticas.

"A Petrobras passa a partir daí a ter um novo parâmetro e um novo paradigma e ela está a meu juízo blindada de interferências políticas. Isso não é pouco na Petrobras", disse o ministro.

A operação Lava Jato investiga, entre outras coisas, a participação de seis das maiores empreiteiras do Brasil em crimes envolvendo um suposto esquema de corrupção na Petrobras, com o Ministério Público Federal pedindo até agora que as empresas façam o ressarcimento de quase R$ 1,2 bilhão.

As denúncias já envolvem 36 pessoas, 23 delas vinculadas a OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Engevix.

(Reportagem adicional de Alonso Soto)