Cepal corta previsão de crescimento da América Latina por contração no Brasil
SANTIAGO (Reuters) - A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) afirmou nesta terça-feira que revisou para baixo sua projeção de crescimento da região em 2015 para 1%, pressionada por uma recessão no Brasil e pela expansão nula da América do Sul diante de um cenário global mais complexo para o bloco.
A Cepal projeta que a economia brasileira irá encolher 0,9% este ano, ante um cálculo prévio de crescimento de 1,3%.
"Esta revisão reflete um ambiente global caracterizado por uma dinâmica econômica menor que a esperada no fim de 2014. Com exceção dos Estados Unidos, as projeções de crescimento foram revisadas para baixo nos países industrializados, e as economias emergentes continuam desacelerando", disse a Cepal em relatório.
Em 2014, a América Latina e o Caribe cresceram 1,1%. A projeção anterior era de expansão econômica de 2,2% na região este ano.
"Espera-se que a região consiga manter o crescimento econômico em torno dos níveis registrados em 2014", afirmou o organismo sediado em Santiago, no Chile.
A Cepal destacou que as particularidades das economias da região, em termos de estruturas econômicas e suas formas de inserção na economia mundial, levaram a uma importante heterogeneidade na intensidade e na forma com que foram atingidas pelos choques externos.
Assim, neste ano o México deve liderar a economia da região, com uma expansão de 3%, enquanto que a Argentina deve ficar estagnada.
"As projeções de crescimento das economias especializadas na produção de matérias-primas, em especial petróleo e minerais, são as que tiveram as maiores baixas", afirmou a Cepal.
"Aquelas (nações) de maior vínculo com a economia dos Estados Unidos, e que se beneficiam com a queda do preço do petróleo, registram as melhores projeções", acrescentou.
A Colômbia deve crescer 3,6%, enquanto que o Chile avançará 3% neste ano. O Peru deve registrar um crescimento de 4,2%.
Os países que liderarão a expansão regional em 2015 serão Panamá, com uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 6%, Antigua e Barbuda (5,4%) e Bolívia, Nicarágua e República Dominicana (5%).
(Reportagem de Antonio De la Jara)
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