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Petrobras descarta reajuste de preços no curto prazo, diz Bendine

Marta Nogueira

29/06/2015 20h43

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O plano de negócios da Petrobras de 2015 a 2019 prevê a paridade de preços dos combustíveis no Brasil com o exterior, mas o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou que não está previsto um reajuste da gasolina no curto prazo, apesar da defasagem dos valores no mercado doméstico.

A política de preços realizada pela atual administração ainda não foi detalhada ao mercado, que teme que a estatal permaneça sem autonomia para decidir por reajustes, dependendo do aval do governo, seu acionista controlador, e do comportamento da inflação.

"Estamos numa margem que é muito positiva e não estamos vendo a necessidade no curto prazo de uma majoração (dos preços da gasolina)", afirmou Bendine, em coletiva de imprensa para detalhar o novo plano de negócios.

"Esse exercício é feito diariamente dentro da companhia e quando você atenua a volatilidade e vê uma tendência que há necessidade, é lógico que a empresa vai praticar aquele preço que a remunere de acordo com aquilo com o que acionista espera."

Entretanto, o executivo disse que por questões estratégicas não iria detalhar quais as contas internas que a diretoria realiza para medir a necessidade de reajustes nos preços dos combustíveis.

O executivo também destacou que a demanda por combustíveis está em queda.

"O mercado de derivados está em retração", afirmou Bendine.

A gasolina estava 8,7% mais barata no Brasil do que no exterior em 22 de junho, segundo a atualização mais recente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Na mesma data, o preço do óleo diesel nas refinarias nacionais, por outro lado, estava 13,3% acima do preço no Golfo do México.

Dependência das importações

Apesar da expansão planejada da capacidade de refino e da queda das projeções de consumo de derivados ante o esperado em 2014, a Petrobras permanecerá dependente de importações nos próximos anos.

A previsão é que as importações líquidas de derivados caiam para 250 mil barris por dia em 2018, ante os atuais 300 mil barris por dia, segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Jorge Celestino.

A redução acontece principalmente devido a entrada em operação da segunda unidade de refino da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, prevista para o fim de 2018.

A companhia ainda não tem uma data definida para início da atividade da primeira unidade de refino do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), segundo Celestino, o que deverá depender da entrada de um sócio no negócio.

O diretor da Petrobras explicou que em outubro de 2017 a Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj, que deverá receber grande parte do insumo do pré-sal, deve iniciar a operação.

(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount)