Ausência de Petrobras e outras grandes petroleiras frustra leilão da ANP
RIO DE JANEIRO, 7 Out (Reuters) - A 13ª Rodada de Licitação de áreas de petróleo e gás natural apresentou fraco interesse pelos ativos, negociando apenas 37 dos 266 blocos exploratórios ofertados, em um leilão tido pelo mercado como desafiador, considerando os preços mais baixos do petróleo e a crise da Petrobras.
Em seis das dez bacias licitadas não houve nenhuma oferta, incluindo áreas que são importantes produtoras de petróleo, como as bacias de Campos e do Espírito Santo.
Com a venda dos 37 blocos, o governo federal arrecadou apenas R$ 121 milhões em bônus de assinatura, ante R$ 978,77 milhões que poderiam ter sido obtidos se todas das áreas tivessem sido arrematadas pelo valor mínimo.
A Petrobras, que sempre foi dominante nos leilões promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não arrematou nenhuma área. Da mesma forma, grandes petroleiras inscritas, como a Shell e ExxonMobil, não levaram blocos.
"Os fatores como o preço do petróleo, escassez de dinheiro, dinheiro caro, reservas potenciais pequenas [no leilão], tudo isso fez com que o interesse fosse menor", afirmou o ex-diretor da ANP e consultor do setor John Forman.
Segundo ele, o problema não foi somente a ausência da Petrobras, mas o fato de nenhuma grande petroleira ter participado. "Do jeito que o mercado está, as empresas só vão na boa, no certo, naquilo que pode dar um retorno maior", disse.
Os preços do petróleo caíram mais de 50% em comparação com a época do último leilão da ANP, realizado há quase dois anos.
O resultado também decepcionou representantes de municípios, que no futuro poderiam obter royalties com a produção de petróleo.
"A gente já vinha com um sentimento de bastante preocupação... Quando não há proposta é porque tem um desestímulo total, organizado", disse o presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Macaé, Aluizio dos Santos, em entrevista durante o leilão.
Não houve oferta pelos blocos oferecidos nas bacias de Camamu Almada, Espírito Santo, Campos, Amazonas, Pelotas e Jacuípe. Pela manhã, a bacia com maior interesse foi a Parnaíba, com a venda de 11 de 22 blocos ofertados. Na Bacia Potiguar, houve venda de seis blocos de 71 ofertados.
Na parte da tarde, a área com maior interesse foi a Bacia do Recôncavo, com 18 blocos arrematados.
A petroleira Queiroz Galvão Exploração e Produção arrematou dois blocos exploratórios na Bacia Sergipe-Alagoas. A empresa foi a única arrematante dos dois únicos blocos vendidos na bacia, de um total de dez leiloados.
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