Deficit primário do governo central soma R$ 29,371 bi em maio, recorde para o mês
BRASÍLIA, 29 Jun (Reuters) - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou deficit primário de R$ 29,371 bilhões em maio, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (29), pior do que o esperado pelo mercado e pressionado principalmente pelo forte aumento das despesas.
O rombo veio maior que o deficit de R$ 20 bilhões estimado por analistas em pesquisa da agência de notícias Reuters e é o pior dado para o mês da série histórica iniciada em 1997.
Em maio, as despesas totais tiveram alta real de 12,7% sobre um ano antes, a R$ 107,132 bilhões, influenciadas sobretudo pelo pagamento de sentenças judiciais e precatórios.
Segundo o Tesouro, o desembolso com precatórios é habitualmente realizado em novembro e dezembro, mas neste ano foi antecipado para maio e junho.
Só no último mês, foram quitados R$ 10 bilhões referentes principalmente à linha de pessoal e de benefícios previdenciários. Para junho, está programado o pagamento de outros R$ 8,9 bilhões.
"A antecipação dos pagamentos é parte do processo de racionalização das despesas e implicará em economia de cerca de R$ 97 milhões por mês, restabelecendo o cronograma de pagamentos vigente até 2013", justificou o Tesouro.
Em maio, a receita líquida total não conseguiu fazer frente a esse avanço dos gastos, sofrendo queda real de 1,6% sobre um ano antes, a R$ 77,761 bilhões, por conta do recuo de importantes tributos pela Receita Federal em meio à atividade econômica ainda fraca.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o deficit primário ficou em R$ 34,984 bilhões, pior resultado histórico para o período, ressaltando a persistente debilidade das contas públicas diante da fraqueza na arrecadação, rescaldo de dois anos de contração da atividade.
Em 12 meses, até maio, o rombo somava R$ 167,6 bilhões, bem acima da meta do governo central para 2017 fechado, de rombo de R$ 139 bilhões.
Ecoando os efeitos da intensa crise política atravessada pelo governo do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu na véspera que a economia crescerá menos do que o esperado antes, com expansão abaixo de 0,5% neste ano, o que afetará diretamente as receitas estimadas para o ano.
Neste cenário, Meirelles reiterou que o governo elevará impostos caso necessário para o cumprimento da meta de deficit primário.
(Por Marcela Ayres; Edição de Patrícia Duarte)
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