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Ciro diz que pode afrouxar compulsório se bancos privados ajudarem a refinanciar dívidas

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes - Paulo Lopes/Estadão Conteúdo
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes Imagem: Paulo Lopes/Estadão Conteúdo

Por Eduardo Simões

13/08/2018 14h37

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse em vídeo divulgado em uma rede social nesta segunda-feira (13) que poderá afrouxar as exigências de depósito compulsório caso os bancos privados decidam ajudar no refinanciamento a juros mais baixos da dívida de brasileiros atualmente inadimplentes, depois da concessão de um desconto no montante do débito.

O pedetista, que transformou a promessa de tirar 63 milhões de brasileiros inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em um dos motes de sua campanha, voltou a afirmar que o governo atuará diretamente para renegociar e obter descontos das dívidas da população caso ele seja eleito presidente em outubro deste ano.

"Quando você chega no Feirão do Serasa --os ricos não sabem nem do que eu estou falando-- você chega no Feirão do Serasa, como eles chamam, o Serasa diz assim 'venha limpar o seu nome que nós lhe damos desconto de 50%, 60%, 70%'. No cartão de crédito, meu irmão, tem desconto de 95%. Por quê? Cobra do consumidor brasileiro 486% de juro ao ano", afirma Ciro no vídeo.

"Então, o primeiro movimento: pegar essa dívida toda, que eu já sei quanto é, e botar o governo para proteger os endividados. 'Agora é comigo que você vai negociar, meu patrão. Senta aqui e traz o desconto para mim. O povo agora não está mais desprotegido, agora tem um governo comprometido com o povo'", explicou.

Após isso, disse o presidenciável do PDT, os bancos públicos ajudarão no refinanciamento do que restar da dívida, que ele calculou ser, em média, de R$ 1.400 por família, após a renegociação.

Caso os bancos privados aceitem participar com juros menores, poderá haver uma redução do compulsório, percentual dos depósitos existentes nos bancos que o Banco Central obriga as instituições financeiras a depositar na autoridade monetária.

"Aí eu pego o Banco do Brasil e a Caixa Econômica e vou ganhar dinheiro --porque vou tirar o juro de 486% e vou cobrar 10%, 12%, 11%. Se os bancos privados se interessarem, eu dou uma afrouxadinha no compulsório", afirmou Ciro, ressaltando, entretanto, que a sua proposta não depende da participação dos bancos privados.

"Se eu der uma afrouxadinha, o banco se interessar, porque vai ganhar dinheiro --não os 486%, mas 12%-- ele pode vir me ajudar. Mas eu não vou precisar dele não. Estou preparando um projetinho só com a Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Basa, Banrisul. Vai dar certo", garantiu.