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Real deverá se fortalecer, mas menos que o esperado antes devido a cortes de juros e Argentina

Simon Mayer/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Simon Mayer/Getty Images/iStockphoto

Gabriel Burin e Jamie McGeever

Em Buenos Aires (Argentina)

04/09/2019 11h16

O real deve continuar fraco nos próximos meses, à medida que o Banco Central (BC) deve voltar a cortar os juros para impulsionar o crescimento e com as preocupações acerca dos problemas financeiros da Argentina reforçando a tendência de uma moeda sem força, mostrou uma pesquisa da Reuters.

Agora, a expectativa é que o real deva estar em 3,825 por dólar em um ano, de acordo com a mediana das estimativas de 24 analistas consultados entre 29 de agosto e 4 de setembro.

Embora ainda indique apreciação frente à taxa atual (cerca de 4,13 por dólar), o prognóstico indica uma moeda 2,2% mais fraca em relação à estimativa para 12 meses da pesquisa de agosto (3,74 por dólar). Também é a previsão mais pessimista desde dezembro do ano passado.

De forma geral, contudo, os analistas não veem a atual taxa em torno de 4 reais como em sintonia com os cenários de economias para o câmbio.

Contanto que a inflação permaneça bem ancorada, o banco central "provavelmente continuará flexibilizando (a política monetária), diminuindo ainda mais o 'carry' nominal em real ante níveis que já são historicamente baixos", escreveram analistas do Goldman Sachs em relatório na semana passada.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse no mês passado que um cenário benigno para os preços ao consumidor significa que há espaço para mais estímulo monetário.

Em julho, o BC cortou a Selic para uma mínima histórica de 6% ao ano.