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Arábia Saudita quer ampliar cortes da Opep+ devido a oferta de ações da Aramco, dizem fontes

Saudi Aramco - Maxim Shemetov/Reuters
Saudi Aramco Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

02/12/2019 09h13

A Opep e seus aliados planejam aprofundar cortes de produção da commodity e fechar acordo para que eles sigam ao menos até junho de 2020, uma vez que a Arábia Saudita quer entregar uma surpresa positiva para o mercado antes da listagem de sua petroleira Saudi Aramco, disseram duas fontes a par das conversas.

O acordo sendo discutido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores, grupo conhecido como "Opep+", acrescentaria ao menos 400 mil barris por dia (bpd) aos cortes já acertados, de 1,2 milhão de bpd, ou 1,2% da oferta global.

O atual pacto de produção vai até março.

"Eles (os sauditas) querem surpreender o mercado", disse uma das fontes.

Outras duas fontes disseram que a última análise da Opep, realizada pelo Conselho da Comissão Econômica do grupo, apontou para grande sobreoferta e um aumento nos estoques no primeiro semestre de 2020 caso não sejam feitos cortes adicionais.

A Rússia, um aliado chave dos países não membros da Opep, até agora se opôs a cortes mais profundos ou a um prazo maior para o acordo. Mas Moscou tem frequentemente adotado um tom mais duro antes de cada reunião para aprovação das políticas de produção. As fontes disseram que os sauditas estão trabalhando para convencer os russos.

O governo saudita precisa de preços mais altos do petróleo para equilibrar seu orçamento e apoiar a precificação da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Aramco, que pode ser o maior do mundo.

A Rússia, segunda maior exportadora de petróleo do mundo, depois da Arábia Saudita, também se beneficiaria de preços maiores e tem trabalhado com a Opep para evitar a formação de um excesso de oferta em meio à crescente produção dos Estados Unidos, que tornaram-se o líder global em oferta.

Os preços de referência do petróleo subiam mais de 2% nesta segunda-feira, com o Brent a quase 62 dólares por barril, após a notícia sobre a possibilidade de maiores cortes.

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