IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Oposição critica pronunciamento de Dilma

24/06/2013 20h44

Em entrevista coletiva concedida em conjunto, os presidentes dos maiores partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff ? PSDB, DEM e PPS ? criticaram o pronunciamento da presidente, por "tergiversar", desviar o foco dos reais interesses expressos pela população, não apresentar respostas para as reivindicações e transferir responsabilidades para governadores, prefeitos e Legislativo.

Os dirigentes das três legendas, respectivamente senadores Aécio Neves (MG) e José Agripino (RN) e deputado Roberto Freire (SP), assinaram um manifesto e afirmaram que a oposição apoia a aprovação de uma reforma política no país, que só não avançou no Congresso porque não houve empenho real do governo, já que tem ampla maioria no Parlamento ? cerca de 80% dos parlamentares.

"Faltou à presidente coragem para assumir as responsabilidades do governo federal. Ela frustrou a todos os brasileiros. Apresentou propostas marginais, que não enfrentam os problemas de saúde e educação. Para desviar a atenção, transferiu para o Legislativo a responsabilidade pela reforma política, prerrogativa que já é do Congresso, assim como transferiu para governadores e prefeitos a tarefa de desoneração", afirmou Aécio.

Para ele, Dilma "parecia uma presidente recém-eleita para o mandato, esquecendo que seu partido governa o país há dez anos".

"Manobra diversionista"

Na opinião de Agripino, a proposta de reforma política é uma "manobra diversionista" da presidente, já que a pauta da sociedade é corrupção, mobilidade urbana, melhoria na educação e na saúde, entre outras.

Para o presidente do DEM, uma assembleia constituinte exclusivamente para tratar de reforma política "corre o risco de entrar em assuntos como encurtamento do mandato do presidente e mudança de regime de governo", que, para ele, não constam da pauta dos manifestantes.

"A oposição é a favor da reforma política. O governo é que nunca fez. Defender plebiscito é tergiversar. A presidente parece uma noviça no governo", disse Freire (PPS-SP). Ele questionou o motivo de a presidente não orientar sua base a votar contra a Proposta de Emenda Constitucional que reduz o poder de investigação do Ministério Público (PEC 37) e apoiar a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos e indícios de superfaturamento em obras para a Copa do Mundo de 2014, que seriam "ações concretas" em resposta às reivindicações da população.

"Discurso vazio"

Os três partidos divulgaram um manifesto no qual afirmam que Dilma "não assumiu suas responsabilidades, tangenciou os problemas e buscou desviar o foco dos reais interesses expressos pela população".

"Uma vez mais, como já havia ocorrido no pronunciamento oficial em cadeia de rádio e tevê, o Brasil velho, repudiado pelas manifestações, falou ao novo Brasil: não há humildade para reconhecer erros e dar dimensão correta às dificuldades que atingem o dia a dia dos cidadãos", diz o manifesto.

No documento, PSDB, DEM e PPS manifestam "solidariedade e respeito" aos brasileiros que estão ocupando as ruas do país para demonstrar insatisfação. E, para substituir o "discurso vazio" da presidente, fazem propostas, divididas por três temas: transparência e combate à corrupção, federação solidária e melhoria da gestão e ética e democracia.