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Lula: cabe ao Obama humildemente pedir desculpas a Dilma e ao Brasil

05/09/2013 19h26

Em meio a denúncias de espionagem do governo brasileiro pelo governo americano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, nesta quinta-feira, 5, um pedido de desculpas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Na análise de Lula, a soberania dos países está sob risco com o comportamento americano.

"Cabe ao Obama humildemente pedir desculpas à presidente Dilma e pedir desculpas ao Brasil", disse Lula, depois de almoçar com deputados estaduais de São Paulo, na capital paulista. "Acho que a resposta americana não pode ser uma resposta via diplomacia, porque a espionagem não foi via diplomacia. Espionagem foi espionagem", afirmou.

O ex-presidente citou que o país não pode admitir a espionagem em relação à presidente Dilma. "O que eu acho é que a soberania dos Estados está sendo colocada em risco com o comportamento americano. Nós que passamos a vida inteira lutando por democracia, lutando por soberania, nós não podemos admitir pretexto nenhum que um país se dê ao luxo de ficar tentando copiar, gravar telefonemas, e-mails de um país ou de um presidente da República como fizeram com a Dilma", declarou a jornalistas. "Os americanos passaram do limite do respeito à soberania dos países."

Vira-latas

Lula afirmou, ainda, que no Brasil sempre "haverá um ?vira-lata' que acha que os americanos podem tudo", mas afirmou que os Estados Unidos não "suportam" o fato de o Brasil "ter virado um ator global" e que não é mais "subalterno". "Os americanos acham que estamos incomodando", disse.

"Os Estados Unidos não foram nomeados xerifes do mundo, ninguém pediu. Se quer saber alguma coisa da Dilma, que pergunte. Não tem que ficar bisbilhotando."

Subordinação ao dólar

O ex-presidente foi ainda mais longe e afirmou que é preciso discutir o papel do dólar, "porque o mundo não pode ficar subordinado a uma moeda comercial que só um país produz." Citou que quando os EUA mexem na economia de seu país, há repercussão em todo o mundo.

"Não podemos esquecer que, na década de 1970, quando pegamos dinheiro emprestado, os americanos elevaram os juros deles de 3% para 21% e o Brasil ficou com uma divida impagável".