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Prejuízo da Anglo American diminui quase 35% no trimestre

14/02/2014 09h16

A mineradora Anglo American reduziu seu prejuízo líquido em 2013 para US$ 961 milhões, 34,6% menor em relação a 2012. Tanto em 2013 quanto em 2012, a cifra foi impactada por eventos não recorrentes e baixas contábeis sem efeito sobre o caixa.

Em uma comparação ajustada, sem as distorções no balanço, a companhia teria lucro líquido de US$ 2,67 bilhões no ano, queda de 6,5%. As reavaliações de ativos envolveram no ano passado os projetos de Barro Alto, em Goiás, e de Michiquillay, no Peru, por exemplo.

Também pesou sobre o balanço um crescimento de 224% nas provisões para impostos sobre o resultado. Foram reservados US$ 1,27 bilhão no ano.

A receita líquida da empresa atingiu US$ 29,3 bilhões em 2013, avanço de 2,3%. A maior operação do grupo continuou sendo a de minério de ferro, apesar do recuo de 2% na produção, para 42,4 milhões de toneladas. A produção de cobre subiu 17%, para 775 mil toneladas, e a de níquel recuou 12%, para 34,4 mil toneladas.

Além disso, a soma de custos e despesas operacionais caiu 11%, para US$ 26,93 bilhões. O lucro operacional foi de US$ 217 milhões em 2012 para US$ 2,1 bilhões no ano passado.

Minério de ferro

A Anglo American acredita que, por enquanto, a demanda pelo minério de ferro se manterá em alta. No segundo semestre, contudo, o grupo espera que um desequilíbrio entre oferta e demanda da commodity pese sobre os preços no mercado internacional até o fim de 2014.

Nas contas da companhia, a demanda pelo aço bruto vai subir 3% neste ano. A expectativa é que a produção na China chegue a aproximadamente 806 milhões de toneladas. Contudo, projetos na Austrália e no Brasil em desenvolvimento provavelmente causarão uma sobreoferta do minério na segunda metade do ano.

A própria Anglo American trabalha no Minas-Rio, projeto que terá capacidade de 26,5 milhões de toneladas por ano. A empresa espera vender o primeiro minério no fim deste ano ? em dezembro, o projeto estava 80% completo. Na Austrália, a principal expansão no curto prazo será de Pilbara, empreendimento da anglo-australiana Rio Tinto.

Os cálculos do grupo levam em consideração que a economia da China vá crescer novamente em torno dos 7%, ainda sustentando uma demanda por seus produtos.

Para o níquel, a projeção é de estabilidade na produção em 2014, frente ao que foi observado no ano passado. A mineradora espera alcançar maior estabilidade nas operações de Barro Alto, em Goiás. No curto prazo, a companhia acredita que os preços da commodity vão continuar sob pressão, em queda.

"Por outro lado, se a mudança na política da Indonésia para banir exportações de níquel for mantida, o mercado deve se fortalecer e os preços subirão", prevê a Anglo American.

A companhia também projeta queda na produção de cobre em 2014, com desafios sobre suas atividades com o solavanco na estrutura de custos. A produção de carvão metalúrgico também deve cair, segundo a empresa, com os preços em declínio durante o ano. A demanda por carvão térmico, por outro lado, deve continuar forte, diz a companhia.