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Bovespa sobe 2% no dia, mas cai na semana com volatilidade eleitoral

03/10/2014 17h57

A Bovespa fechou na máxima do dia, com alta de quase 2%, no último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais. As apostas para o resultado de domingo moveram o mercado, especialmente Petrobras, que disparou 6%. A reviravolta no bloco de controle da Usiminas também garantiu forte alta à ações da siderúrgica.

O cenário externo colaborou para os ganhos aqui, com Wall Street marcando alta consistente após a forte geração de empregos nos Estados Unidos em setembro - além da revisão para cima do número de agosto. Foram criados 248 mil empregos no mês passado, acima da projeção dos economistas, de 215 mil vagas.

O Ibovespa subiu 1,91%, aos 54.539 pontos, com volume de R$ 6,905 bilhões. Apesar da recuperação, a bolsa brasileira acumulou perda de 4,67% na semana, mas ainda sobe 5,89% neste ano.

Petrobras PN (6,06%, a R$ 18,35) respondeu por R$ 1,1 bilhão (ou 16% do volume total) e ficou entre as maiores altas do índice. Além da especulação eleitoral, rumores sobre reajuste de combustíveis deram fôlego extra às ações da Petrobras. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a falar que todo ano tem reajuste de gasolina. Como esse ano ainda não houve aumento, o mercado faz as contas e tenta antecipar qual será o percentual.

As demais ações do "kit eleição" mostraram ganhos modestos: Banco do Brasil ON (2,20%, a R$ 26,01), Itaú PN (2,34%, a R$ 34,86), Bradesco PN (2,08%, R$ 35,33) e Eletrobras ON (2,25%, a R$ 6,35).

Para o analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, as pesquisas Ibope e Datafolha divul gadas ontem e o levantamento do Sensus, publicado nesta tarde, praticamente chancelaram a realização de segundo turno. "O mercado agora aguarda para ver quem vai enfrentar Dilma no segundo turno. As análises apontam que Aécio se saiu melhor no debate de ontem", comenta.

Figueredo avalia que a alta de hoje do Ibovespa foi um repique dentro da tendência de queda do índice, iniciada no começo de setembro, aos 62 mil pontos. "O Ibovespa cumpriu o objetivo de baixa nesta semana, nos 52.700 pontos e agora está dando um respiro, talvez até os 55.200 pontos, que é a principal resistência hoje."

Se superar esse nível, explica o analista, o Ibovespa pode tentar retomar a tendência de alta em busca da máxima do ano. Na direção oposta, a próxima parada deve ser na casa dos 51 mil pontos, mirando a mínima do ano, que foi aos 44.900.

Usiminas PNA (6,21%) liderou a lista de maiores altas do Ibovespa. Fora do índice, Usiminas ON (19, 69%) apareceu entre as maiores altas de toda a bolsa. Os papéis da siderúrgica mineira reagiram à notícia da aquisição de u ma fatia de 10,4% do capital ordinário da empresa, que estava nas mãos da Previ, pela Ternium, a R$ 12 por ação. O prêmio elevado embutido na transação, de 82% em relação à cotação de fechamento de ontem, já pode dar fôlego para que o mercado faça as contas em relação ao valor real da companhia, que hoje oscila perto das mínimas históricas.

Na ponta negativa ficaram Vale PNA (-1,68%) e ON (-1,48%). Segundo o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, as ações da mineradora sentiram o índice de atividade (PMI, na siga em inglês) do setor de serviços na China, que veio abaixo do esperado. O indicador recuou para 54,0 em setembro, ante 54,4 em agosto.

Cemig PN caiu 0,68%, novamente influenciada pelo cenário eleitoral em Minas Gerais. Aumentam as cha nces de que o candidato do PT ao governo do Estado, Fernando Pimentel, vença. O coordenador da campanha de Pimentel já declarou que o candidato pretende baixar as tarifas de energia da companhia.