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Percentual de demissões em MPIs bate recorde em outubro, diz Simpi-SP

25/11/2014 17h04

Um maior número de micro e pequenas indústrias (MPIs) está diminuindo sua força de trabalho e quer investir menos no futuro, de acordo com o Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendada pelo sindicato da categoria, o Simpi-SP.

O percentual de micro e pequenas indústrias (MPIs) que demitiram empregados aumentou de 11% em setembro para 17% em outubro. A proporção registrada em outubro é a maior desde que a pesquisa começou a ser feita, em março de 2013.

Do total de empresas entrevistadas, 87% disseram que não pretendem contratar novos funcionários. Outros 10% informaram ter contratado novos empregados, ante 11% em setembro. No mesmo período do ano passado, 17% criaram vagas.

Diante das dificuldades enfrentadas pela categoria, o índice de investimento voltou a cair após três altas consecutivas, chegando aos 34 pontos, ante 40 no levantamento anterior. A taxa é nove pontos menor do que a registrada em outubro de 2013. A expectativa de investimentos em máquinas e equipamentos, reforma ou ampliação do espaço físico passou, do mais alto índice registrado em setembro, 27%, para o mais baixo em toda a pesquisa, 13%.

Quanto ao faturamento, avaliação ruim ou péssimo subiu de 28% em setembro, para 32% em outubro. No mesmo período do ano passado era de 19% - o mais baixo já registrado.

A pesquisa aponta, também, que cresceu o número de dirigentes insatisfeitos com a margem de lucro. Em setembro, 29% consideravam a lucratividade do negócio ruim ou péssima. Já em outubro, o índice subiu para 32%.

Endividamento, linhas de crédito e inadimplência

O endividamento com banco ou instituições financeiras atingiu o mais alto patamar, 17%, ante 12% registrado em setembro. Ainda, 19% deixaram de pagar algum imposto - ligeira alta em relação ao mês anterior, 18%. O levantamento aponta, também, que 11% deixaram de pagar despesas e 10% não honraram os compromissos com os fornecedores.

Em outubro, as fontes de crédito mais usadas para a composição do capital de giro foram, mais uma vez, as linhas voltadas a pessoas físicas, 38%, enquanto que o acesso às linhas de crédito para pessoa jurídica caiu de 35% para 33%.

Em nota, o presidente do Simpi-SP, Joseph Couri, diz que a situação é delicada. Cerca de "64% das MPIs estão enfrentando dificuldades - algo em torno de 173 mil empresas, que empregam 900 mil trabalhadores.Se não houver mudanças na economia e no setor financeiro, é possível que o cenário piore ainda mais nos próximos meses".

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 27 de outubro, com 303 micros e pequenas indústrias paulistas. São consideradas micros as indústrias que empregam até nove funcionários, e pequenas, de dez a 50 trabalhadores registrados.