Mercado prevê taxa de juro maior ao fim de 2015, de 14%
Os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para a taxa básica de juros deste ano pela segunda semana consecutiva, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). Essa alta acompanha também uma leve deterioração das expectativas para a inflação em 2015.
A mediana das estimativas para a taxa Selic ao fim deste calendário saiu de 13,75% para 14%. A projeção para o fim de 2016, de 12%, seguiu a mesma. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para discutir a política monetária brasileira e, de acordo com economistas ouvidos pelo Valor Data, a Selic volta a subir 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 13,75%. Parte desses analistas acredita em uma nova alta de 0,25 ponto em julho, para 14%. O BC encerraria neste nível o atual ciclo de aperto monetário.
Essa dose adicional seria necessária diante da resistência da inflação, que os analistas agora estimam em 8,39% em 2015, ante 8,37% contemplados no boletim Focus anterior. A expectativa para o aumento do IPCA em 2016 se manteve intacta em 5,50%, ainda acima do centro da meta, de 4,5%. O BC tem dito que quer levar a inflação à meta no fim de 2016. A mediana para a inflação nos próximos 12 meses voltou a cair, de 6,02% para 5,99%.
A aposta dos analistas em mais um aumento de 0,50 ponto na Selic foi reforçada pela queda menor que a esperada da economia no primeiro trimestre. Na sexta-feira passada, o IBGE informou que a atividade econômica brasileira caiu 0,2% ante os três últimos meses de 2014, quando se esperava recuo de 0,5%. Por outro lado, a forte baixa da demanda das famílias (-1,5%), do governo e dos investimentos (ambos com recuo de 1,3%), deve limitar um aumento para além de 14% no juro. Esse recuo na demanda doméstica também deve facilitar a tarefa do BC em controlar a inflação, segundo economistas.
O Focus mostra ter piorado a expectativa dos analistas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, de queda de 1,24% para recuo de 1,27%. Para 2016, foi mantida a expectativa de crescimento econômico de 1%.
Os analistas não mexeram nas estimativas para a produção industrial, que seguem em queda de 2,8% neste ano e aumento de 1,50% no ano que vem.
Top 5
Entre os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, a única alteração ocorreu na estimativa de inflação para este ano. A mediana de médio prazo das expectativas passou de 8,75% para 8,79%. A estimativa para 2016 permaneceu em 6%. Quanto à Selic, esse grupo segue com apostas de 13,75% em 2015 e 12% em 2016.
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