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OPINIÃO

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Ações da Renner são boa aposta mesmo com inflação pressionando comércio?

Shutterstock
Imagem: Shutterstock

Colaboração para o UOL, de São Paulo

12/04/2022 09h00

Esta é uma versão online resumida da edição desta semana da newsletter A Companhia, que detalha os dados de uma empresa em destaque no mercado. Para assinar o boletim semanal e ter acesso ao conteúdo completo, clique aqui.

O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Renner (LREN3), selecionada por Flávia Meireles, analista da Ágora Investimentos.

Segundo ela, trata-se da empresa mais consistente do universo de cobertura de varejo da corretora, devido ao seu forte histórico de entrega de bons resultados.

Recentemente, a Renner divulgou os dados do quarto trimestre de 2021, mostrando uma tendência de receitas expressivas. As vendas no quesito "mesmas lojas" (considera unidades com mais de 12 meses de operação) tiveram aumento de 18% em relação a igual intervalo de 2019 - revelando uma aceleração dos negócios, uma vez que o crescimento no terceiro trimestre havia sido de 15%, na mesma base comparativa, superando seus pares.

Flávia observa, no entanto que o bom desempenho da receita foi ofuscado por margens de lucro mais fracas.

"A pressão de margem era esperada, mas a contração em relação a 2019 foi maior do que projetávamos", afirma a especialista. "Ainda assim, Lojas Renner é uma das nossas principais escolhas, dado um equilíbrio atraente de crescimento e valorização."

Ela também destaca que a varejista apresenta característica resiliente em um cenário macroeconômico mais complexo.

Após encerrar 2021 com queda de 37,4%, as ações da Renner acumulam valorização de 10,4% neste ano, até o dia 7 de abril.

Saiba mais sobre a Renner

A companhia se define como um ecossistema de moda e lifestyle, conectado aos clientes por meio de canais digitais e mais de 600 lojas no Brasil, Argentina e Uruguai.

Os negócios do grupo incluem as marcas Renner, Camicado, Youcom, Ashua, Realize e Repassa, sendo líder no varejo de moda omnichannel (venda por diversos canais). No fim de 2021, a empresa contabilizava quatro centros de distribuição e 25,5 mil colaboradores.

Por que as ações da Renner são uma oportunidade para investir?

De acordo com a equipe de análise da Ágora, a Renner costuma ser bastante assertiva em suas coleções de roupas, uma característica particularmente valiosa, uma vez que o maior fluxo de recursos de investidores no mercado de ações brasileiro busca nomes de menor risco.

A corretora avalia que, com uma parcela maior da população vacinada, queda no número de casos de covid-19 e diminuição das restrições por conta da pandemia, o tráfego nas lojas de rua e de shoppings deve se recuperar, beneficiando as varejistas de vestuário.

"Além disso, a empresa apresenta uma sólida posição financeira e possui os maiores recursos entre seus pares para investir em iniciativas que direcionem sua estratégia ecossistêmica", afirma Flávia.

Ela lembra que, no ano passado, a Renner captou R$ 3,9 bilhões mediante uma oferta subsequente de ações. Com a operação, a empresa fechou 2021 com um caixa líquido (recursos disponíveis menos endividamento total) de quase R$ 2,5 bilhões.

A analista da Ágora comenta que os recursos obtidos no mercado estão sendo usados no desenvolvimento do ecossistema de moda e lifestyle da Renner, na aceleração da transformação digital do grupo, na expansão de lojas físicas e na construção de um centro de distribuição alinhado à estratégia omnichannel.

Recentemente, lembra Flávia, o presidente da varejista (Fabio Adegas Faccio) disse que a empresa continua a enxergar oportunidade de crescimento inorgânico, ou seja, aquisições de outras empresas.

No início do mês, a Renner anunciou a compra da startup Uello, uma empresa digital focada em entregas urbanas, que oferece soluções customizadas de gestão logística para médios e grandes clientes corporativos.

Pontos a favor

  • A tendência até agora é de aceleração forte das vendas em 2022, conforme a administração da empresa, o que aumenta a probabilidade de haver alguma diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas, para apoiar a estratégia do grupo;
  • A companhia possui recursos em caixa, que podem ser destinados a eventuais operações de fusão ou aquisição;
  • A geração de empregos no país, segundo dados recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), e a recuperação do tráfego nas lojas físicas devem apoiar as vendas da Renner - para as quais a Ágora espera neste ano patamar semelhante ao de 2021.

Pontos contra

  • Preocupação com a margem bruta em 2022, uma vez que o indicador caiu três pontos percentuais em 2021 frente a 2019. A empresa já havia sinalizado que 2019 seria uma base de comparação elevada, mas a bandeira Renner apresentou no quarto trimestre de 2021 a menor margem bruta em vários anos, o que significa que a inflação de custos (matérias-primas, frete e câmbio) tem cobrado seu preço (remarcação está em níveis historicamente baixos);
  • Cenário macroeconômico adverso, com a taxa básica de juros e a inflação elevadas, que afetam o poder de compra do consumidor, bem como o nível de desemprego, que continua alto;
  • Rotação de setores entre os investidores, que estão priorizando ações de empresas ligadas a commodities, tendo em vista o aumento dos preços no mercado internacional, por conta dos conflitos geopolíticos atuais.

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