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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Você pode comprar ações da própria B3, a Bolsa brasileira; vale a pena?

Divulgação/B3
Imagem: Divulgação/B3

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/10/2022 09h00

Esta é parte da newsletter A Companhia, que analisa se é o momento ou não de comprar ações da B3 e traz os pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.

A própria Bolsa brasileira, a B3 (antiga Bovespa) é uma empresa cujas ações estão à venda e nas quais você pode investir. E a B3 é justamente o destaque da semana na newsletter A Companhia. A sugestão é de Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.

Ele lembra que a Bolsa sediada na capital paulista possui o monopólio na negociação e pós-negociação de ativos de renda variável no mercado brasileiro. Oferece também, por meio de outra empresa do grupo, a Cetip, serviços de registro, depósito e liquidação de títulos privados, CDBs (certificados de depósito bancários) e cotas de fundos de investimento, entre outros papéis.

"Com um portfólio diversificado de produtos e serviços, a B3 provê infraestrutura para o mercado financeiro, organizando e viabilizando diferentes negócios, incluindo operações de financiamento de veículos e imóveis", diz o especialista.

A companhia obteve lucro líquido de R$ 1,09 bilhão no segundo trimestre deste ano, com queda de 8,5% frente a igual período de 2021.

Neste ano, as ações da B3 (B3SA3) acumulam alta de 30%, até 20 de outubro, de acordo com informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro. Em 2021, os papéis caíram 42%.

Saiba mais sobre a B3

Trata-se de uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de Bolsa e de balcão (negociações fora da Bolsa).

Suas atividades incluem a criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juros e de commodities.

Opera também como contraparte central garantidora para a maioria das operações realizadas em seu ambiente. Nos últimos oito anos, investiu R$ 2,9 bilhões.

Por que as ações da B3 são uma oportunidade para investir?

Serra afirma que os papéis da B3 são uma alternativa de investimento direto na Bolsa brasileira, que se beneficia do crescente fluxo de recursos derivados das negociações e das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês).

"Acreditamos que o momento econômico está mais favorável para a entrada de capital na Bolsa, considerando a precificação atrativa das companhias listadas, melhores perspectivas para a curva futura de juros e a posição privilegiada do Brasil frente a outros mercados emergentes", ressalta o analista.

Ele observa ainda que se trata de uma companhia já consolidada e boa pagadora de dividendos.

Pontos a favor

  • Sem concorrentes, a empresa pode basear sua estratégia considerando apenas o cenário macroeconômico. Tal condição favorece ainda a busca por novos negócios, como a compra da Neoway, em 2021, uma das maiores companhias de dados e análises do país;
  • Forte crescimento no número de investidores pessoa física (CPFs individuais) na B3, que saiu de aproximadamente 580 mil, em 2016, para cerca de 4,5 milhões em agosto deste ano. No mesmo período, a capitalização média da companhia dobrou;
  • Sólida posição de caixa, baixa alavancagem e estrutura pouco intensiva em capital físico. Com isso, consegue ser uma grande geradora de caixa, o que lhe permite pagar bons dividendos, além de possuir recursos para investimento mesmo em cenários desafiadores.

Pontos contra

  • Grande dependência do cenário macroeconômico, em razão do monopólio e por estar inserida no setor financeiro;
  • Embora pequeno, existe o risco de pressões por parte de novos entrantes e mudanças na estrutura do mercado acionário no longo prazo;
  • Concorrência com aberturas de capital no exterior por parte de empresas brasileiras, o que reduz o potencial de capitalização e giro financeiro na B3.

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