Graciliano Rocha

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Reportagem

Por que o crédito imobiliário vai ficar mais caro e escasso em 2025

As altas da Selic, a taxa básica de juros da economia, devem ser o principal vetor de uma retração de pelo menos 10% no volume de concessão do crédito imobiliário em 2025. A previsão é da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

O ano de 2024 foi o melhor do setor: as operações de crédito imobiliário realizadas por meio das duas principais fontes de recursos - as cadernetas de poupança (SBPE) e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) alcançaram R$ 312,4 bilhões em 2024, crescimento de 24,7% em relação ao ano anterior e um recorde na série histórica.

Segundo os números divulgados nesta quarta (29) pela entidade, foram entregues 1,17 milhão de unidades habitacionais (+18,3% em relação a 2023).

"Foi o melhor ano da nossa história", afirmou Sandro Gamba, presidente da Abecip.

A previsão de retração em 2025, segundo Gamba, se baseia numa expectativa de combinação de juros elevados, redução na captação da poupança e queda no crédito oriundo da poupança.

Entenda como:

  • A taxa básica de juros (Selic) tem relação direta com o financiamento imobiliário. Em 2024, a Selic teve uma média de 10,9%, o que afetou a captação líquida da poupança. A estimativa geral do mercado, segundo o último boletim Focus, é que a Selic termine o ano em 15%.
  • Segundo a Abecip, as concessões de crédito pelo SBPE (poupança) devem cair 17% em 2025. A estimativa para o volume financiado por essa modalidade varia entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões. Com os juros elevados, os investidores buscaram alternativas mais rentáveis, reduzindo os depósitos na poupança e, consequentemente, os recursos disponíveis para financiamentos imobiliários.
  • Já os financiamentos habitacionais concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem ter um crescimento mínimo, de apenas 1%. Diferente do SBPE, o FGTS segue um modelo de financiamento mais estável, menos afetado pelas oscilações das taxas de juros, mas sua expansão será limitada em 2025.

Reportagem

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