Pobres permanecem sendo pobres na perpetuação do sistema
Famílias pobres brasileiras levariam nove gerações para alcançar renda média do país, diz a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O país ocupa a segunda pior posição em um estudo sobre mobilidade social feito pela instituição com dados de 30 países e divulgado ano passado.
A chance de uma criança de baixa renda ter um futuro melhor que a realidade em que nasceu está, em maior ou menor grau, relacionada à escolaridade e ao nível de renda de seus pais. Nos países ricos, o "elevador social" anda mais rápido. Nos emergentes, mais devagar —no Brasil, ainda mais lentamente.
O Brasil não valoriza quem gera e redistribui riqueza. Os dois mais ricos do Brasil: um faz cerveja, o outro é banqueiro!
Filhos de pais pobres
Filhos de pais na base da pirâmide têm dificuldade de acesso à saúde e maior probabilidade de frequentar uma escola com ensino de baixa qualidade. Faça a conta: se negros são 75% dos 10% mais pobres do país, quando iremos ascender se mantivermos as relações de trabalho e circulação de riqueza desta estrutura?
Para promover mobilidade social, seriam necessárias nove gerações para que os descendentes de um brasileiro entre os 10% mais pobres atingissem o nível médio de rendimento do país.
E você ainda vai colocar todas as suas fichas na Inclusão a partir do outro?
Proteja-se das armas de exclusão do sistema transvestidas de medidas de inserção, pois, em sua maioria, não serão suficiente para desregular o mercado, que sempre se auto regula para nos excretar.
(Auto) Organizar para fortalecer
Vários movimentos socioeconômicos no Brasil e no mundo estimulam o fortalecimento intracomunidade pautado em relações de capital e influência para aceleração do acesso à educação de qualidade e inovadora, à geração de renda a partir de negócios entre pessoas do mesmo grupo e à criação de fundos e clubes de investimentos onde o pouco em conjunto se torna potência.
Sem comunidade, certamente não há libertação, nem futuro.
Audre Lorde
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