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Avião 'fantasma' voou sozinho com 121 a bordo até cair na Grécia
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Em 2005, um Boeing 737 da companhia aérea cipriota Helios caía nos arredores de Atenas, capital do país.
Isso aconteceu após ele voar por cerca de três horas sem nenhum comando até o combustível acabar e ele cair.
Ao todo, morreram 121 pessoas na queda, sendo 115 passageiros e seis tripulantes na queda.
O motivo foi um problema de pressurização, que ocasionou a perda de consciência dos pilotos por falta de oxigênio, fazendo o avião voar por quase três horas de maneira 'fantasma', ou seja, sem ninguém no comando.
O início do voo
- Às 9h07 do dia 14 de agosto de 2005, o voo 522 da Helios Airways decolava do aeroporto internacional de Lárnaca, em Chipre
- O destino era Praga, capital na República Tcheca, com escala em Atenas, capital grega
- O voo tinha duração programada de 1 hora e 23 minutos
- Enquanto ganhava altitude, alarmes soaram na cabine de comando, indicando que algo estava errado
- O primeiro deles soou quando o avião passou dos 3 km de altitude
- Ultrapassando os 4,3 km de altitude, um novo alarme soou e as máscaras de oxigênio foram liberadas na cabine de passageiros, indicando problemas na pressurização
- Piloto e copiloto entraram em contato com a central de manutenção da companhia aérea para tentar resolver o problema
- A equipe em solo indicou uma solução temporária para desativar o sistema de alarme
- O piloto se levantou do assento para desligar o circuit breaker, que é como um disjuntor que desliga o alarme
Falta de ar
- A última comunicação com a equipe de manutenção foi feita quando o avião cruzava a marca de 8,8 km de altitude
- Provavelmente, nesse momento o piloto e o copiloto desmaiaram por causa da falta de oxigênio na cabine
- Em função do piloto automático, o avião continuou subindo até a altitude de cruzeiro, o que aconteceu por volta de 16 minutos após a decolagem
Indícios de problemas
Às 09h37, o avião entrou no espaço de controle aéreo de Atenas. A aeronave passou pelo aeroporto da capital grega e, às 10h38, entrou em uma órbita de voo de espera próximo à cidade.
Acionamento de caças
- Com as tentativas frustradas de contato dos controladores de voo, foi levantada a suspeita de que o avião poderia ter sido sequestrado
- Próximo às 11h, já após o horário de pouso previsto, caças F-16 foram acionados para acompanhar o avião
- Às 11h24, os caças interceptaram o avião 'fantasma', e, na sequência, disseram que não conseguiam ver o piloto, e que o copiloto estava, aparentemente inconsciente sobre os controles
- Poucos minutos depois, os pilotos dos caças observam alguém entrando sem máscara de oxigênio na cabine
A queda
- Às 11h50, um dos motores parou de funcionar devido à falta de combustível
- Com isso, o avião começa a perder altitude
- A cerca de 2,1 km de altitude, o outro motor também para de funcionar
- Às 12h03, o avião colide com as montanhas próximas a Atenas, matando todos a bordo
Investigação
Entre as causas do acidente, a investigação destacou a falha na seleção da posição da válvula de pressurização do avião.
Na noite anterior, mecânicos fizeram vários testes na aeronave, e, para isso, mudaram a posição de automático para manual, sem retornar à posição anterior após o término do serviço.
A pressurização do avião é importante pois, quanto mais alto ele está, menor é a concentração de oxigênio no ar, podendo causar hipóxia, que é a falta do gás nos tecidos para que o corpo funcione adequadamente.
Os pilotos ainda teriam a chance de corrigir esse problema durante as checagens feitas antes do voo e após a decolagem ao menos, mas teriam falhado nesse sentido também.
Fontes: Aviation Safety Network e relatório final do acidente
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