Resiste a guerra nuclear: Como será o próximo avião do fim do mundo?
Os Estados Unidos mantêm uma das frotas aéreas mais avançadas do mundo. Uma dessas aeronaves se destaca por ser um centro de comando aéreo usado em caso de guerras.
Apelidado de Avião do Juízo Final ou Avião do Fim do Mundo, o E-4B Nightwatch (Vigilante Noturno), eles servem como base de comando e comunicação para os chefes das Forças Armadas, secretário de defesa e o próprio presidente dos EUA.
Recentemente, a Sierra Nevada Corporation fechou um contrato com o governo dos EUA para modernizar a frota atual dessas aeronaves. O valor: US$ 13,1 bilhões (R$ 74 bilhões) até 2036.
Como será o avião?
O novo avião do juízo final será denominado Survivable Airborne Operations Center (Saoc), ou, Centro de Operações Aéreas Sobrevivível. O termo pode soar um pouco estranho, mas indica que essa plataforma aérea é capaz de sobreviver a algumas das mais difíceis condições de operação.
Ele substituirá o atual National Airborne Operations (Noac), ou, Centro Nacional de Operações Aéreo. Hoje, ele funciona em aviões Boeing 747-200 militarizados, que terão essa função.
Segundo a empresa vencedora do contrato, a Sierra Nevada Corporation (SNC), embora não seja a fabricante original do avião, será realizado um estudo profundo para definir as adaptações necessárias em segurança sem correr o risco de mexer nos sistemas fundamentais de voo. Todas essas informações serão compartilhadas com a Força Aérea dos EUA, que será a responsável pelo Saoc.
Embora os detalhes do projeto sejam sigilosos, o avião deverá ter reforços em diversos mecanismos de segurança, como proteção contra ataques cibernéticos. Também deverá seguir o padrão atual desse tipo de avião, com blindagens que oferecem proteção em caso de explosões nucleares.
Onde será adaptado?
A SNC é uma empresa de porte relativamente médio, com cerca de 4.000 a 5.000 funcionários. A versão atual do avião foi feita pela própria Boeing, que tem mais de 170 mil empregados e que chegou a participar da concorrência, mas desistiu no final de 2023 devido a discordâncias com os termos do contrato.
Mesmo sem ter sido a campeã (já que não participou da disputa até o final), a Boeing estará presente no projeto: os aviões que foram escolhidos são do modelo 747-8i, versão mais recente do 747-200, da fabricante norte-americana.
A SNC já adquiriu cinco aeronaves da companhia aérea coreana Korean Air. O preço estimado da aquisição é de cerca de R$ 3,8 bilhões pelos exemplares que serão adaptados até 2036 nas unidades da empresa em Dayton (Ohio) e Denver (Colorado), todas nos EUA.
O desenvolvimento do avião ainda contará com a participação de outras empresas (sob o comando da Sierra Nevada Corporation). Entre elas, se destacam as tradicionais do setor de defesa Collins Aerospace, Lockheed Martin, GE Aerospace e Rolls-Royce.
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Quero receberComo é o atual avião?
O E-4B Nightwatch é a versão atual do Noac, um Boeing 747-200 militarizado. Ele pode voar por vários dias, pois pode ser reabastecido em voo, dependendo apenas da quantidade de água e comida disponíveis a bordo.
Ele é capaz de transportar até 112 pessoas. Entre os tripulantes, estão equipes de operações conjuntas do comando militar, de comunicações, manutenção e de segurança, além de agentes selecionados para alguma missão em particular.
O E-4B começou a ser implementado em 1980, como modernização do E-4A, que estava em serviço desde 1974. O Nightwatch é dividido em seis áreas:
- Área de trabalho do comando
- Sala de conferências
- Sala de briefing
- Área de trabalho da equipe de operações
- Área de comunicações
- Área de descanso
São quatro exemplares do avião em atividade hoje, e ao menos uma delas está sempre preparada para entrar em ação em caso de necessidade.
Sua estrutura é feita para resistir aos efeitos de pulsos eletromagnéticos, além de possuir blindagens térmica e contra efeitos decorrentes de uma explosão nuclear. Ele ainda é equipado com um sistema de comunicação via satélite que garante a conexão com os principais líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA, que voa no Força Aérea 1.
Ficha técnica do E-4B
Construtor: Boeing
Propulsão: Quatro motores General Electric CF6-50E2
Comprimento: 70,5 metros
Envergadura: 59,7 metros
Altura: 19,3 metros
Peso máximo de decolagem: 360 toneladas
Capacidade de voo: até 12 horas (sem ser reabastecido)
Altitude máxima de voo: 9.091 metros (30.000 pés)
Custo unitário: US$ 223,2 milhões à época (cerca de US$ 431.75 hoje, ou, R$ 2,44 bilhões no câmbio atual).
Capacidade: Até 112 passageiros
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