Ações da Petrobras têm forte queda após reajuste de preços menor que o esperado
Do UOL, em São Paulo
As ações da Petrobras caíam mais de 3% na Bovespa nesta quarta-feira (30). A petrolífera anunciou na véspera um aumento de 6,6% no preço da gasolina e de 5,4% no diesel, nas refinarias. O mercado, porém, esperava um reajuste entre 7% e 10%.
Por volta das 16h15, a ação preferencial da Petrobras perdia 3,56%, a R$ 18,43. A ação preferencial garante prioridade na distribuição de dividendos, mas não dá direito a voto. No caso da Petrobras, as ações preferenciais são as mais negociadas.
A ação ordinária (que dá direito a voto) caía 3,88%, a R$ 18,59. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em queda de 1,06%.
Os analistas do Credit Suisse afirmaram que os investidores devem ficar cautelosos em relação às ações. "Eles não alteram nossa visão porque não resolvem a questão da disparidade, ou seja, a política de preço continua fora dos preços de mercado, e implica que as importações continuarão a ser deficitárias e prejudiciais aos resultados da empresa."
Alta no preço dos combustíveis
A Petrobras anunciou alta do preço da gasolina de 6,6% na refinaria e do diesel em 5,4% a partir de quarta-feira, em um movimento amplamente esperado pelo mercado diante da defasagem dos valores dos combustíveis no país em relação às cotações internacionais.
O reajuste provavelmente não eliminará a defasagem, mas dará fôlego para a Petrobras desenvolver seu bilionário plano de investimentos.
"Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", afirmou a estatal em comunicado nesta terça-feira.
A defasagem dos valores dos combustíveis foi um dos fatores que prejudicou os resultados da Petrobras em 2012 --entre abril e junho passado, a empresa teve o primeiro prejuízo trimestral em mais de 13 anos.
Ao longo de boa parte de 2012, a defasagem da gasolina da Petrobras vendida nas refinarias na comparação com o mercado norte-americano, uma referência internacional, esteve acima de 20%, com o governo --controlador da empresa-- temendo o impacto de um aumento do combustível na inflação.
(Com Reuters)