Dólar cai 2,63%, maior queda em 1 ano e meio, e fecha a R$ 3,145
O dólar comercial teve a segunda queda seguida nesta segunda-feira (23), caindo 2,63%, a R$ 3,145 na venda. É a maior queda percentual diária em um ano e meio, desde 18 de setembro de 2013, quando a moeda norte-americana havia caído 2,89%.
O dólar havia caído 2% na sexta-feira (20), e encerrado a semana com desvalorização acumulada de 0,58%.
Nas duas últimas sessões, a moeda norte-americana acumulou desvalorização de 4,59%.
A queda de hoje foi influenciada pela tranquilidade nos mercados internacionais de câmbio. Apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) leve mais tempo para começar a subir as taxas de juros no país e os estímulos econômicos do BCE (Banco Central Europeu) têm gerado alívio no mercado brasileiro de dólar nas últimas sessões.
Investidores, no entanto, continuavam preocupados com as contas públicas brasileiras. Isso porque o governo tem tido dificuldades de implementar medidas de ajuste fiscal, como aumento de impostos e corte de gastos, devido a atritos com o Congresso Nacional.
Tendência
A estrategista para a América Latina do Jefferies, Siobhan Morden, defendeu em relatório que boa parte das notícias negativas já estão embutidas na atual cotação do dólar, ressaltando que o câmbio pode cair um pouco mais se a Petrobras (PETR4) divulgar seu balanço auditado.
Ela disse, no entanto, que o processo de ajuste das contas públicas deve ser longo, e que o dólar deve se manter instável.
Atuação do BC no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta de contratos de swap cambial (contratos equivalentes à venda de dólares no futuro). Foram vendidos 1.000 contratos para 1º de dezembro de 2015, e outros 1.000 com vencimento em 1º de março de 2016.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 1º de abril. Foram vendidos 7.400 swaps, todos com vencimento em 1º de junho de 2016. A operação movimentou o equivalente a US$ 356,1 milhões. O BC também ofertou contratos para 3 de outubro de 2016, mas não vendeu nenhum.
Ao todo, o BC rolou o equivalente a US$ 5,683 bilhões, ou cerca de 57% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.
(Com Reuters)
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