Dólar sobe quase 1% e fecha a R$ 3,877, após três quedas seguidas
Em dia de sobe e desce, o dólar comercial começou a sessão em queda, mas inverteu o movimento no começo da tarde. Fechou em alta de 0,89% nesta quarta-feira (7), a R$ 3,877 na venda, interrompendo uma sequência de três baixas.
Na véspera, a moeda norte-americana tinha caído 1,48%, ao menor valor de fechamento desde 16 de setembro.
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Crise política
Investidores estavam pessimistas com as perspectivas políticas após o Congresso encerrar a sessão em que votaria vetos presidenciais com impacto sobre as contas públicas.
"Quem tinha vendido (dólares) nos últimos dias está comprando hoje. Ninguém quer pagar para ver se os problemas políticos vão se resolver", disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters.
Quanto mais gente comprando dólar, maior tende a ser o preço da moeda.
Pelo segundo dia seguido, não houve quórum de deputados e o Congresso Nacional adiou novamente a sessão em que analisaria os vetos presidenciais. Esses vetos representam um impacto de R$ 63,2 bilhões para os cofres públicos até 2019.
O cenário político é ainda mais complicado pela análise das contas do governo de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), marcada para hoje e que recebeu sinal verde do Supremo Tribunal Federal. O julgamento pode abrir espaço para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Atuações do BC
O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.
Até agora, o BC já rolou US$ 2,558 bilhões, ou cerca de 25% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Contexto internacional
No exterior, no entanto, o cenário era de otimismo. Nos últimos dias, uma rodada de indicadores econômicos fracos sobre os Estados Unidos gerou apostas de que os juros nos EUA só subirão no ano que vem.
A manutenção de juros perto de zero nos EUA pode sustentar a atratividade de investimentos em países como o Brasil, que pagam juros elevados.
"Investidores estão mostrando clara preferência por risco devido a expectativas de que o Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano] não mude sua política monetária por enquanto", escreveram mais cedo analistas do Scotiabank em nota a clientes.
(Com Reuters)
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