Dólar fecha a R$ 3,761, menor valor do ano, em dia de operação contra Lula
O dólar comercial fechou esta sexta-feira (4) em queda de 1,09%, a R$ 3,761 na venda, menor valor de fechamento desde 9 de dezembro (R$ 3,737).
Durante a manhã, o dólar chegou a cair quase 4% em meio às notícias de que a Polícia Federal fez operação na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É a quarta queda seguida da moeda norte-americana. Com isso, o dólar encerra a semana com queda de 5,93%, o maior tombo desde a semana encerrada em 31 de outubro de 2008, quando a desvalorização chegou a 7,22%.
O dólar acumula baixa de 6,06% no mês e desvalorização de 4,74% no ano.
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Lava Jato chega a Lula e mercado reage
A operação Lava Jato lançou nesta manhã nova fase da investigação tendo como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra quem foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões. A operação apura possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema envolvendo a Petrobras.
Notícias que aumentam a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment, vêm sendo bem recebidas pelo mercado, que entende que eventual troca no governo pode trazer de volta a confiança e abrir espaço para mudanças na política econômica, segundo analistas.
Além disso, a investigação contra Lula poderia atrapalhar os planos do ex-presidente de concorrer à eleição em 2018, de acordo com os economistas.
"O mercado reage assim à medida que aumenta a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desde a época da eleição o mercado o mercado torce pela troca de governo", disse Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimento, ao UOL.
Ainda assim, alguns analistas ponderam que as instabilidades políticas podem dificultar ainda mais a governabilidade no presente. Além disso, não é certo que a saída da presidente resultaria em um governo mais apto a promover as reformas econômicas que muitos acreditam ser a chave para a recuperação da economia.
"O mercado está apostando em retomada da confiança que pode não se concretizar. Há uma certa euforia e acho que algumas pessoas estão indo no embalo, mas tem muita água para rolar ainda", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato, à agência de notícias Reuters.
Na quinta-feira (3), a revista IstoÉ divulgou suposta delação do senador Delcídio do Amaral, citando Dilma e Lula. A Bolsa disparou mais de 5% e o dólar caiu mais de 2%.
Dados dos EUA
O mercado também avaliou dados divulgados hoje sobre a economia dos Estados Unidos. Foram criadas 242 mil vagas de emprego em fevereiro, o que aponta para uma recuperação da economia norte-americana e para a possibilidade de aumento dos juros.
Juros mais altos tendem a atrair para os EUA recursos atualmente investidos em locais mais arriscados, como o Brasil.
Atuações do BC
O Banco Central ajustou sua intervenção numa tentativa de conter a queda do dólar, que chegou a quase 4% pela manhã, segundo o mercado.
Neste mês, o BC tem vendido diariamente até 9.600 contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em abril. Hoje, porém, vendeu apenas parte deles: 8.000.
"Parece que o BC quer segurar um pouco a queda do dólar, está muito intensa", disse o gerente de câmbio da corretora BGC, Francisco Carvalho, à Reuters.
(Com Reuters)
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