Dólar sobe 1,25% e fecha a R$ 3,272, de olho em impeachment e juros nos EUA
Após operar em queda pela manhã, o dólar comercial virou no período da tarde e fechou esta sexta-feira (26) em alta de 1,25%, cotado a R$ 3,272 na venda. Foi o segundo avanço seguido: na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,27%.
Com isso, o dólar fechou a semana com valorização de 2,02%. No mês, acumula alta de 0,89%, mas no ano tem baixa de 17,13%.
A sessão de hoje foi influenciada por apostas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos, pela atuação do Banco Central no mercado de câmbio e pelo julgamento final do impeachment no Brasil.
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Impeachment na reta final
Investidores acompanhavam o julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, que começou na quinta-feira (25) no Senado. A votação que definirá se a presidente deixará o cargo definitivamente deve acontecer na madrugada da próxima quarta (31).
Grande parte dos investidores acredita que o impeachment será confirmado, o que pode servir de gatilho para trazer mais recursos do exterior para o Brasil.
Daqui em diante, segundo operadores, o foco estará nas relações entre o governo do presidente interino, Michel Temer. Disso depende a aprovação de medidas para tentar equilibrar as contas públicas. Temer tem enfrentado dificuldade para conseguir apoio de alguns parlamentares.
Atuação do BC
Nesta sessão, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Ao todo, foram vendidos 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Investidores querem saber se o governo vai tentar evitar quedas mais fortes do dólar. A moeda barata demais pode atrapalhar a recuperação econômica porque prejudica as exportações e impulsiona as importações. Por outro lado, o dólar alto faz a inflação acelerar.
Juros nos EUA
A virada do dólar nesta sexta-feira foi puxada pelas apostas dos investidores de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) pode subir os juros antes do esperado neste ano.
O vice-presidente do banco central norte-americano, Stanley Fischer, afirmou hoje que as declarações dadas mais cedo pela presidente do Fed, Janet Yellen, eram "consistentes" com aumento de juros em setembro, mas que era preciso esperar mais dados econômicos. O dólar chegou a cair mais de 1% pela manhã, batendo R$ 3,19 na mínima do dia.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.
(Com Reuters)
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