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Dólar sobe e fecha a R$ 3,996, maior valor desde as eleições; Bolsa cai

Do UOL, em São Paulo

15/05/2019 17h20Atualizada em 15/05/2019 17h35

O dólar comercial fechou em alta de 0,51%, cotado R$ 3,996, o maior valor em mais de sete meses, desde o período pré-eleições presidenciais, no ano passado. Em 1º de outubro de 2018, a menos de uma semana do primeiro turno, a moeda havia batido R$ 4,018.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 0,51%, a 91.623,44 pontos, patamar mais baixo em mais de quatro meses, desde 3 de janeiro, quando o índice fechou em 91.564,25.

O dólar chegou a ultrapassar o patamar de R$ 4 ao longo do dia, mas depois passou a subir menos. O valor da moeda divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Prévia do PIB em queda

Dados fracos sobre a economia brasileira colaboraram para o desempenho negativo do mercado hoje.

Considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), do Banco Central, apontou encolhimento de 0,68% da economia no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior.

Manifestações contra o governo

O mercado também monitorou o noticiário político em dia marcado por manifestações contra o governo Jair Bolsonaro devido a cortes nas verbas das universidades públicas.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, precisou comparecer ao plenário da Câmara para dar explicações sobre os cortes, após parlamentares da oposição e do Centrão conseguirem aprovar sua convocação.

Bolsonaro e alguns de seus ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, estão nos Estados Unidos.

Cenário externo

Afetaram o mercado a divulgação de uma queda inesperada de 0,2% nas vendas do comércio nos Estados Unidos em abril e de crescimento abaixo do esperado das vendas no varejo e na produção industrial da China no mês passado.

Existe a expectativa de que o governo chinês atuará com novas medidas de estímulo, pressionado também pela guerra comercial com os EUA, o que pode beneficiar ações e moedas de países emergentes, como o real.

A disputa comercial ainda permanece no radar, mas ficou em segundo plano após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que as negociações com a China ainda não entraram em colapso.

As tensões comerciais entre os dois países aumentaram na última semana, após os EUA subirem taxas que incidem sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Em resposta, a China anunciou que deve aplicar tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos norte-americanos a partir de 1º de junho.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu nesta sessão 5.050 swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho.

Em dez operações neste mês, o BC já rolou US$ 2,525 bilhões, de total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

Estudantes protestam contra cortes na educação em vários estados

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