Dólar sobe mais de 1% e passa de R$ 4,10; Bolsa opera em queda
O dólar comercial operava em alta nesta sexta-feira. Por volta das 16h15, a moeda norte-americana avançava 1,76%, a R$ 4,107 na venda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve alta ao longo de boa parte do dia, mas reverteu a tendência e passou a operar em queda no final da tarde. Por volta de 16h15, tinha queda de 0,52%, a 89.560,30 pontos.
Ontem, o dólar fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 1º de outubro do ano passado. O valor da moeda divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
Incertezas e economia fraca
Investidores estavam cautelosos diante do desaquecimento da economia brasileira e das incertezas em relação à reforma da Previdência. Analistas já avaliam que o nível de R$ 4 do dólar pode demorar a baixar, à medida que aumentam os riscos à agenda de reformas.
"A grande questão é a falta de coordenação política, a falta de uma mão forte que possa dar sequência. O governo Bolsonaro mostra que não existe nenhuma habilidade não só do presidente como também de seus ministros", afirmou à agência de notícias Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Segundo Silva, essa inabilidade do governo coloca em risco e em dúvida a capacidade de levar adiante reformas que poderiam equilibrar as contas públicas.
Para analistas, a alta do dólar sobre o real já suscita debate mais acirrado sobre os riscos de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. O Citi diz que o BC deve atuar com o dólar oscilando entre R$ 4,10 e R$ 4,20.
Guerra comercial
No exterior, a disputa comercial entre Estados Unidos e China segue influenciando mercados e moedas de países emergentes. Nesta sexta, a China afirmou que os Estados Unidos precisam mostrar sinceridade para manter as negociações comerciais, reagindo às sanções à gigante chinesa Huawei anunciadas pelo governo norte-americano.
Pequim ainda não disse se vai retaliar contra a última medida dos EUA na tensão comercial, embora a mídia estatal tenha adotado um tom cada vez mais estridente, com o "Diário do Povo do Partido Comunista" publicando comentários de primeira página que evocam o espírito patriótico de guerras passadas.
Atuação do BC
O Banco Central vendeu nesta sessão todos os 5.050 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em 12 operações, o BC rolou US$ 3,030 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.
(Com Reuters)
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