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Dólar sobe mais de 1% e passa de R$ 4,10; Bolsa opera em queda

Do UOL, em São Paulo

17/05/2019 11h04Atualizada em 17/05/2019 16h52

O dólar comercial operava em alta nesta sexta-feira. Por volta das 16h15, a moeda norte-americana avançava 1,76%, a R$ 4,107 na venda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve alta ao longo de boa parte do dia, mas reverteu a tendência e passou a operar em queda no final da tarde. Por volta de 16h15, tinha queda de 0,52%, a 89.560,30 pontos.

Ontem, o dólar fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 1º de outubro do ano passado. O valor da moeda divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Incertezas e economia fraca

Investidores estavam cautelosos diante do desaquecimento da economia brasileira e das incertezas em relação à reforma da Previdência. Analistas já avaliam que o nível de R$ 4 do dólar pode demorar a baixar, à medida que aumentam os riscos à agenda de reformas.

"A grande questão é a falta de coordenação política, a falta de uma mão forte que possa dar sequência. O governo Bolsonaro mostra que não existe nenhuma habilidade não só do presidente como também de seus ministros", afirmou à agência de notícias Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Segundo Silva, essa inabilidade do governo coloca em risco e em dúvida a capacidade de levar adiante reformas que poderiam equilibrar as contas públicas.

Para analistas, a alta do dólar sobre o real já suscita debate mais acirrado sobre os riscos de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. O Citi diz que o BC deve atuar com o dólar oscilando entre R$ 4,10 e R$ 4,20.

Guerra comercial

No exterior, a disputa comercial entre Estados Unidos e China segue influenciando mercados e moedas de países emergentes. Nesta sexta, a China afirmou que os Estados Unidos precisam mostrar sinceridade para manter as negociações comerciais, reagindo às sanções à gigante chinesa Huawei anunciadas pelo governo norte-americano.

Pequim ainda não disse se vai retaliar contra a última medida dos EUA na tensão comercial, embora a mídia estatal tenha adotado um tom cada vez mais estridente, com o "Diário do Povo do Partido Comunista" publicando comentários de primeira página que evocam o espírito patriótico de guerras passadas.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu nesta sessão todos os 5.050 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em 12 operações, o BC rolou US$ 3,030 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

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