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Dólar sobe a R$ 4,037, maior valor em 8 meses; Bolsa tem menor nível do ano

Do UOL, em São Paulo

16/05/2019 17h14Atualizada em 16/05/2019 17h57

O dólar comercial emendou o segundo avanço seguido e fechou em alta de 1,01%, cotado R$ 4,037 na venda. É o maior valor em quase oito meses, desde 28 de setembro, quando a moeda norte-americana também valia R$ 4,037. O dólar não fechava acima de R$ 4 desde 1º de outubro do ano passado, quando era cotado a R$ 4,018, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais. O valor recorde da moeda, de R$ 4,196, foi batido um pouco antes, em 13 de setembro.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 1,75%, a 90.024,47 pontos, na segunda queda seguida. É o menor nível registrado pela Bolsa neste ano. A última vez em que o índice ficou abaixo da pontuação de hoje foi na última sessão de 2018, em 28 de dezembro (87.887,26).

O valor da moeda divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Vale, Petrobras e bancos caem

As principais empresas que compõem o Ibovespa tiveram forte queda nesta sessão. Os papéis da mineradora Vale caíram 3,23%, e os da Petrobras, 2,36%.

Os bancos Banco do Brasil (-3,12%), Itaú Unibanco (-1,29%) e Bradesco (-1,17%) também se desvalorizaram na Bolsa.

Incertezas e economia fraca

Afetaram o mercado a divulgação de dados fracos sobre a economia brasileira e incertezas em relação ao avanço das reformas da Previdência e tributária no Congresso.

Depois de dados preliminares do Banco Central apontarem para uma queda de 0,68% da economia no primeiro trimestre, diversos bancos e economistas revisaram para baixo suas projeções de crescimento para o país neste ano. Alguns, como o BNP Paribas, já falam em PIB inferior a 1%.

Os protestos ocorridos ontem, contra cortes na educação também repercutiram nesta sessão.

"Os protestos alimentam receios de que a leitura de fraqueza do atual governo possa estar se disseminando, fortalecendo a oposição e naturalmente dificultando a agenda de reformas, com óbvio foco na PEC da Previdência", avaliou a corretora H.Commcor, em nota.

Dólar pode subir mais, dizem analistas

Analistas afirmam que, ao romper a barreira dos R$ 4, o dólar pode firmar uma tendência de se valorizar ainda mais e se acomodar na faixa acima desse patamar. Segundo eles, a virada simbólica para a casa dos R$ 4 pode disparar uma corrida de venda de reais e compra de dólares no mercado.

No caso da Bolsa, há quem avalie que ela está passando por um ajuste temporário e que pode atingir ainda neste ano o patamar dos 100 mil pontos.

Cenário externo

No exterior, a disputa comercial entre Estados Unidos e China segue influenciando mercados e moedas de países emergentes.

As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos dias, após os EUA subirem taxas sobre produtos chineses e serem retaliados por Pequim, que prometeu também aplicar tarifas sobre produtos americanos.

A expectativa é de que essa tensão permaneça até a reunião do G20, no fim de junho, quando deve haver alguma definição. Até lá, a incerteza em torno da questão deve continuar afetando Bolsas e moedas de todo o mundo.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu nesta sessão 5.050 swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho.

Em 11 operações neste mês, o BC já rolou US$ 2,778 bilhões, de total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

Estudantes protestam contra cortes na educação em vários estados

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