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Dólar emenda 2ª alta e fecha a R$ 4,358, um novo recorde nominal; Bolsa cai

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/02/2020 17h01Atualizada em 18/02/2020 18h37

O dólar comercial emendou a segunda alta seguida e fechou o dia com valorização de 0,66%, cotado a R$ 4,358 na venda. É um novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Apesar da alta, o Banco Central não atuou no mercado de câmbio. Em 2020, o dólar já soma valorização de 8,60% em relação ao real.

O Ibovespa, por sua vez, encerrou a sessão em queda de 0,29%, aos 114.977,29 pontos. No ano, o principal índice da Bolsa brasileira acumula baixa de 0,58%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Sem atuação do BC

Nos últimos dois pregões sem intervenção do BC (segunda e terça), o dólar acumulou alta de 1,32%, mais do que apagando a queda acumulada de 1,14% na quinta e sexta da semana passada, dias com atuação do BC.

Mais cedo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu que o câmbio é flutuante e que o BC pode atuar novamente no mercado cambial se identificar problemas de liquidez ou movimento exagerado.

Temor sobre o coronavírus

Investidores estão atentos aos efeitos da epidemia de covid-19 sobre as grandes empresas.

Ontem, a Apple admitiu que não conseguirá cumprir sua estimativa de receita para o primeiro semestre —entre US$ 63 bilhões e US$ 67 bilhões— por causa do surto de coronavírus, que atingiu principalmente a China, onde os smartphones da marca são fabricados.

Pela manhã, as ações da empresa chegaram a cair 3% na abertura do mercado norte-americano. "Hoje, investidores reagem negativamente à redução nas projeções de vendas da Apple neste trimestre, em clara consequência ao surto do coronavírus na China, e voltam a pesar os impactos —ainda nebulosos— do covid-19 na China e no mundo", disse a operadora Commcor à agência de notícias Reuters.

Recorde do dólar não considera inflação

O recorde do dólar nesta terça-feira considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós Plano Real ocorreu no fim do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor atualizado seria de cerca de R$ 7,60. O valor nominal na época foi de R$ 3,9522.

Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.

*Com Reuters

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