Bolsa tomba 7,64% mesmo após parada temporária, com temor por coronavírus
O mercado financeiro teve mais um dia de forte tensão nesta quarta-feira (11), e a Bolsa brasileira chegou a ter as negociações suspensas temporariamente à tarde, pela segunda vez nesta semana, devido a temores globais com o novo coronavírus, agora classificado como pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 7,64%, a 85.171,13 pontos, menor nível desde 26 de dezembro de 2018 (85.136,1 pontos). Lideraram as perdas as aéreas Azul (-16,39%) e Gol (-14,57%). As ações de Petrobras e Vale caíram mais de 9%. O índice acumula queda de mais de 13% apenas esta semana, e 26,3% de desvalorização em 2020.
O dólar comercial fechou em alta de 1,61%, a R$ 4,721, abaixo do nível recorde (R$ 4,726) registrado na segunda-feira.
Circuit breaker: Bolsa para por 30 minutos
Por volta das 15h15, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira atingiu queda de 10,11%, o que acionou o "circuit breaker". O "circuit breaker" também havia sido acionado na segunda-feira, pela primeira vez desde 2017, em outro dia de caos nos mercados mundiais.
A interrupção dos negócios, chamada de "circuit breaker", é um mecanismo adotado no mundo todo e serve para garantir proteção quando há grande instabilidade em momentos atípicos do mercado.
Aqui no Brasil, quando a queda da Bolsa atinge 10%, ela é paralisada por 30 minutos. Passado esse intervalo, os negócios são reabertos e o limite de queda passa a ser de 15%. Se a baixa chegar a 15%, a Bolsa para novamente, agora por uma hora. Após esse período, as operações são retomadas e o limite de baixa aumenta para 20%. Se o Ibovespa cai 20%, os mercados podem ser interrompidos por qualquer prazo definido pela Bolsa de Valores.
Pandemia de coronavírus
Em todo o mundo, investidores acompanham com preocupação a rápida expansão do surto de coronavírus e seus impactos na economia. A OMS declarou hoje uma pandemia do coronavírus, o que significa que há uma transmissão recorrente em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou hoje um aumento no número de casos. Agora, são 37 infectados e 876 casos suspeitos. A equipe econômica cortou a projeção de crescimento neste ano de 2,4% para 2,1%.
Ações de governos contra efeitos do vírus
O coronavírus já forçou vários governos e bancos centrais a anunciarem medidas de emergência para evitar que a doença leve a uma nova recessão econômica, mas ainda permanecem dúvidas sobre sua eficiência. Para Alvaro Azevedo, sócio da Vero Investimentos, o mercado ainda aguarda sinalizações mais claras dos governos sobre as medidas que serão tomadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, procurou acalmar os temores, afirmando que utilizará todos os recursos governamentais possíveis para combatê-lo.
Outros países também intensificaram as medidas de combate ao vírus. O banco central britânico cortou sua taxa de juros, e a Itália aumentou os gastos diante de um crescente números de infectados e mortos no país.
No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Congresso está à disposição do governo para, além das medidas emergenciais de curto prazo, dar respostas aos impactos econômicos da disseminação do vírus.
(Com Reuters)
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