Queda da Bolsa não para. O que fazer se está fora ou se investiu em ações?
Resumo da notícia
- Analistas dizem que mercado tende a piorar antes de melhora e recomendam cautela
- Recomendação para quem não está na Bolsa é seguir fora até volatilidade passar
- Quem está na Bolsa e não precisa do dinheiro em até um ano deve aguardar pior momento passar
- Quem tem estômago pode até entrar na Bolsa, mas com horizonte de investimento acima de cinco anos
A forte queda dos preços das ações levou a Bolsa brasileira a acionar o circuit breaker e interromper os negócios pela terceira vez seguida numa mesma semana, algo inédito na história do mercado de capitais do país. Profissionais de instituições financeiras dizem que trabalham agora com um cenário em que há mais risco de a situação piorar antes de melhorar do que de haver uma reação no curto prazo. Por isso, a recomendação é de que cada investidor analise bem o seu próprio caso antes de tomar uma decisão.
"O que já estava ruim ficou ainda pior. Seguindo o ditado que não há nada tão ruim que não possa piorar, ontem os mercados desabaram depois que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou pandemia para o coronavírus, já em forte expansão fora da China", disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.
Aos clientes, recomendamos não tomarem decisões precipitadas e emocionais num mercado que mostra enorme volatilidade.
Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais
Isso quer dizer que as recomendações dadas pelos profissionais de mercado devem ser levadas em conta conforme o caso de cada pessoa. Veja abaixo recomendações de analistas para alguns casos.
Quem está fora da Bolsa
O melhor é ficar fora do mercado e aguardar. A não ser que você seja um investidor de longo prazo, ou seja, não vai de forma alguma precisar de seu capital investido nos próximos cinco anos, o melhor é esperar.
Estes momentos são bons para comprar ações, com certeza, mas desde que você tenha horizonte de longo prazo e vá colocar aquela parcela de dinheiro de que não precisará no curto prazo, pois os preços podem cair ainda mais. Tão simples quanto isso.
Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos
Quem está na Bolsa e precisa do dinheiro no curto prazo
Se a pessoa tem dinheiro na Bolsa diretamente em ações ou em fundos de ações e planeja usar o capital agora, a melhor recomendação é aguardar um respiro. Os operadores de mercado dizem que a Bolsa vai oscilar bastante, como tem sido esta semana —por exemplo, caiu 12% na segunda-feira (9), para subir 7% no dia seguinte e voltar a desabar hoje.
A dica, então, é vender ações —ou cotas do fundo de investimento— naqueles dias em que a Bolsa está subindo, ainda que momentaneamente. Vender tudo em um único dia, e ainda mais numa sessão que é de perdas fortes, vai representar um prejuízo maior.
Se as vendas forem feitas aos poucos, em dias de recuperação breve da Bolsa, na média o aplicador vai conseguir atenuar parte das perdas, ainda que não seja possível evitá-las totalmente.
Quem está no mercado, mas só vai precisar do dinheiro em mais de um ano:
Aqui, os profissionais das gestoras de recursos dizem que o mais indicado é esperar, não mexer na aplicação.
Uma alternativa para quem está na Bolsa e não tem estômago para tanta instabilidade é, aos poucos, mudar a carteira —ou o fundo de investimento— para empresas que sofrem menos em períodos de instabilidade como o que estamos passando.
Um caso típico é o de empresas de serviços públicos, como as fornecedoras de eletricidade, gás, saneamento. Por outro lado, setores que estão mais fortemente impactados pela crise, como as companhias aéreas, devem ser trocadas.
Em relatório ao mercado, a XP Investimentos diz que o mercado pode levar pelo menos uns quatro meses para ter uma recuperação para o Ibovespa, mas destaca que os fatores que justificam aplicação em Bolsa no longo prazo permanecem —em especial, os juros, que seguirão baixos por muito tempo.
O economista do Modalmais, Alvaro Bandeira, diz que quem perdeu 20% ou 30% na Bolsa só vai conseguir reverter essa situação na própria Bolsa. "Onde a pessoa vai conseguir recuperar esses 30% se não for na Bolsa?"
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