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Dólar fecha em leve queda, a R$ 5,664, após quatro altas; Bolsa salta 3,86%

Do UOL, em São Paulo

27/04/2020 17h07Atualizada em 27/04/2020 17h52

O dólar comercial fechou em leve queda de 0,07%, vendido a R$ 5,664, após quatro altas seguidas que levaram a moeda a bater o recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real por três dias e acumular a maior alta semanal desde 2008.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 3,86%, a 78.238,60 pontos, depois de despencar 5,45% na sexta-feira.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ações da Embraer caem

As ações da Embraer fecharam em queda de 7,49%, a R$ 7,66. Mais cedo, os papéis da empresa chegaram a perder 14%. No sábado (25), a Boeing anunciou o cancelamento do acordo para comprar a divisão de jatos comerciais da Embraer por US$ 4,2 bilhões.

A companhia norte-americana afirma que exerceu o direito de rescindir o contrato porque a Embraer não atendeu a condições que foram acordadas. Em nota, a Embraer acusou a Boeing de fabricar falsas alegações e adotar um padrão sistemático de atrasos e violações.

Hoje, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Embraer poderá buscar novas negociações com outras empresas.

Tensões no governo

A tensão política deflagrada pela saída de Sergio Moro do governo ainda atraía a atenção do mercado, com o futuro do ministro da Economia, Paulo Guedes, tornando-se a pauta da vez.

Em uma tentativa de demonstrar união dentro do governo, o presidente Jair Bolsonaro apareceu ao lado de ministros ao deixar o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, entre eles, Guedes, e reiterou que é o auxiliar quem manda nas questões econômicas do governo.

"Neste cenário, as esperanças recaem sobre a manutenção de Guedes e uma conjunção política que possibilite o avanço das reformas prometidas até agora, em especial as de caráter fiscal", afirmaram analistas da Infinity Asset em nota.

Porém, a tensão política deve ser intensificada com a possível confirmação das nomeações do atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, para o comando do Ministério da Justiça e do atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para a chefia da PF.

Analistas da Terra Investimentos afirmaram em nota que "as indicações de dois amigos da família de Bolsonaro deverão elevar ainda mais o risco político".

Diante dos impactos da pandemia de coronavírus na economia e do tenso panorama político, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou nesta segunda-feira que a expectativa agora é que o PIB (Produto Interno Bruto) recue 3,34% em 2020, contra queda de 2,96% prevista anteriormente.

Para analistas da XP Investimentos, a volatilidade do mercado brasileiro deve se manter alta e a cautela do investidor deve se elevar, "pois a crise política não era algo esperado no nosso cenário anterior", segundo a casa.

* Com Reuters

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