Bolsonaro tenta recuperar moral de Guedes após processo de esvaziamento
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) buscou hoje recuperar o moral do chefe da pasta da Economia e disse que "um só homem" decide os rumos nessa área: "Ele se chama Paulo Guedes".
A tentativa de empoderar o "posto Ipiranga" ocorre depois de uma semana de conflitos que acabaram por enfraquecer a imagem do ministro. Os atritos surgiram na esteira do lançamento do plano "Pró-Brasil", que deverá elevar os gastos públicos para acelerar a retomada pós-pandemia do coronavírus.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta manhã, Bolsonaro também disse estar atento à responsabilidade fiscal, em sinal de alinhamento ao discurso de Guedes.
O ministro da Economia costuma rechaçar qualquer possibilidade de aumento de despesas do Executivo e defende que os investimentos na máquina pública estejam canalizados nas reformas propostas pelo governo. A postura o coloca naturalmente em rota de colisão com o plano "Pró-Brasil", programa capitaneado pelo chefe da Casa Civil, o general Walter de Souza Braga Netto.
Ao dividir os holofotes da política econômica com o ministro palaciano, o antes "superministro" Paulo Guedes se viu inserido em um processo de esvaziamento interno. Foi por isso que o presidente se empenhou hoje em fazer o aceno público e expor confiança no subordinado.
Agradecimentos a Bolsonaro
Guedes não poupou esforços para agradar Bolsonaro. Mais de uma vez, agradeceu o apoio do presidente e, ao exaltar a formulação das políticas econômicas da atual gestão, chegou a voltar no tempo e lembrar um slogan de campanha do mandatário: "Mais Brasil, menos Brasília".
Para Guedes, o "Pró-Brasil" mostra que Bolsonaro "já está olhando para o futuro" e pediu estudos que possam embasar ações de retomada após a pandemia. Ele reconheceu o papel central do chefe da Casa Civil, o general Walter de Souza Braga Netto, mas ponderou que as ações não estarão "desconectadas" da pasta da Economia. Afinal, é o seu ministério que receberá a "conta".
"A função do Braga Netto é coordenas as ações. Da mesma forma que ele integra essas ações, a conta vem para a Economia."
Sem entrar no mérito da questão do isolamento social, Guedes tentou dar suporte à atuação de Bolsonaro no enfrentamento do coronavírus. Afirmou que, desde o início, o presidente "lançou uma camada de proteção para os mais vulneráveis e frágeis" e instituiu um auxílio de R$ 600 para "pessoas invisíveis", que "nunca pediram nada para o governo".
"Passamos de reformas estruturas para medidas emergenciais", destacou o ministro. "Insermos quase 60 milhões de brasileiros nessa camada".
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