Dólar emenda 3ª alta, a R$ 5,468, maior valor em 3 semanas; Bolsa sobe 0,3%
O dólar comercial emendou a terceira alta, de 1,26%, e fechou a R$ 5,468 na venda, novamente o maior valor de fechamento desde 31 de agosto (R$ 5,481). Ontem (21) o dólar subiu 0,43%, fechando a R$ 5,40.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou em alta de 0,31%, a 97.293,54 pontos, após duas quedas. Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa 1,32%, a 96.990,719 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Retomada "incerta" dos EUA
A alta do dólar acompanhou o movimento da moeda no exterior, depois que autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) emitiram alertas sobre o futuro da inflação, dos juros e da recuperação econômica dos Estados Unidos.
Em declarações feitas ao Congresso norte-americano, Jerome Powell, presidente do Fed, disse que o caminho à frente na retomada da atividade da maior economia do mundo permanece incerto, apesar de uma "melhora acentuada" desde que a pandemia de coronavírus levou o país a uma recessão.
Ainda nesta terça-feira, Charles Evans, presidente do Fed de Chicago, reforçou a mensagem de Powell ao dizer que a economia corre risco de enfrentar uma recuperação mais longa e lenta, caso o Congresso dos EUA não aprove um pacote fiscal para apoiar os norte-americanos desempregados e governos estaduais e locais.
Evans também chamou atenção dos mercados por comentários feitos sobre a inflação e os juros norte-americanos, dizendo que o Fed poderia elevar sua taxa básica antes que a alta dos preços alcance a meta do Fed, agora de uma média de 2%.
"Percebemos o impacto das várias falas do banco central norte-americano, sinalizando que os juros podem subir antes de a inflação chegar a 2% e insistindo na necessidade de medidas fiscais", afirmou Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
A perspectiva de possível aumento dos juros pelo Fed pode atrair para lá recursos hoje investidos em outros países, como o Brasil.
Carvalho também destacou receios como "a nova onda de contaminações por coronavírus e novas restrições que podem dificultar retomada econômica como um todo".
Sem surpresas na ata do Copom
No Brasil, agentes do mercado não viram surpresas na ata da última reunião de política monetária do Banco Central do Brasil.
O documento, divulgado pelo BC nesta terça-feira, indicou que as condições para sua sinalização de que a taxa Selic não deve subir seguem de pé.
Na semana passada, o BC manteve a taxa Selic na mínima histórica de 2%, após nove cortes seguidos. A decisão veio dentro das expectativas dos mercados.
O patamar extremamente baixo da Selic, além de preocupações com a saúde das contas públicas brasileiras e incertezas políticas locais, é apontado por analistas como um dos principais fatores para a disparada do dólar em 2020.
*Com Reuters
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