Dólar chega a maior valor em 4 meses; Bolsa sobe 1,09% e bancos se destacam
O dólar comercial registrou hoje o seu maior valor em mais de quatro meses. A moeda norte-americana teve alta de 1,17% ante o real, cotado a R$ 5,666 na venda. É o maior patamar desde o dia 3 de novembro do ano passado, quando atingiu R$ 5,762.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Ontem (1º) o dólar comercial teve desvalorização de 0,09%, fechando a R$ 5,601 na venda.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, também teve um dia de alta, mesmo após abrir em queda de mais de 2%. O índice se recuperou ao longo da sessão e terminou com uma subida de 1,09% aos 111.539,80 pontos.
Os investidores reagiram à decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de zerar as alíquotas do PIS/Cofins incidentes sobre a comercialização e a importação do óleo diesel e aumentar a tributação sobre os bancos. Com o passar do dia, porém, os agentes do mercado parecem ter entendido que o impacto no setor seria limitado e, dessa forma, as ações dos bancos puxaram o Ibovespa para cima.
As ações dos bancos foram as que mais subiram. Os papéis do Itaú Unibanco lideraram os ganhos na Bolsa, com 4,04%, seguidos por Banco do Brasil (3,84%) e Santander (3,14%). Na outra ponta, os papéis da Braskem caíram 4,00%. Ontem (1º), o índice teve valorização de 0,27% aos 110.334,83 pontos.
O dólar subiu mesmo depois de um leilão de moeda à vista realizado pelo Banco Central, com os investidores reagindo à decisão do presidente Jair Bolsonaro de zerar alíquotas incidentes sobre o óleo diesel e elevar os impostos para instituições financeiras.
O presidente afirmou ainda que estuda um corte definitivo de impostos sobre o óleo diesel. Bolsonaro disse que esse prazo é para permitir a análise de um corte que não seja apenas temporário. Ele mencionou que um novo decreto entra em vigor "daqui a uns 25 dias".
"Esses dois meses é o prazo para a gente estudar como a gente mantém, como a gente vai conseguir de forma definitiva, o zero de impostos federais em cima do óleo diesel e com nosso decreto que entra em vigor daqui uns 25 dias", afirmou o presidente no jardim do Palácio do Alvorada para um grupo de apoiadores.
Parte da compensação pela redução dos tributos, estimada pelo governo em R$ 3,67 bilhões para este ano, virá do aumento da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Liquido) de instituições financeiras como os bancos, o que foi recebido negativamente pela maior parte dos investidores. "Essa decisão gera uma incerteza institucional", disse à Reuters Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.
"Pode ser que agora sejam os bancos, mas depois outras instituições podem ter a tributação elevada. Além disso, "num cenário de crise econômica, isso gera a incerteza de que possivelmente o governo não vai seguir uma agenda tão liberal assim.
"A adoção de uma agenda econômica liberal, voltada para reformas e privatizações, foi promessa eleitoral do presidente da República. Brum chamou atenção ainda para os riscos que essa decisão tributária pode ter nas pressões inflacionárias, principalmente levando em consideração o baixo patamar da taxa Selic. "Isso pode levar a saída de dólares do país", alertou.
Mais cedo, logo após a divisa norte-americana tocar o patamar de R$ 5,6940, o Banco Central anunciou um leilão à vista, em que vendeu US$ 1 bilhão.
Já no exterior, sob os holofotes dos investidores internacionais ficavam os rendimentos dos títulos globais, especialmente os dos títulos dos EUA.
O aumento dos preços assustou os mercados nas últimas semanas, com os participantes preocupados com a possibilidade de uma recuperação econômica diante da covid-19, combinada com o estímulo fiscal, causar um salto na inflação.
Além disso, as negociações em torno do projeto de lei de alívio à covid-19 no montante de US$ 1,9 trilhão —proposto pelo presidente norte-americano, Joe Biden— entram em marcha acelerada nesta semana, conforme o Senado do país começa a debater o abrangente texto e parlamentares disputam a inclusão de projetos preferidos, como conectividade de banda larga.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.